Lula critica burocracia ao assinar contrato do Plano Amazônia: “É preciso ser rápido”

"É preciso passar por cima dos manuais e fazer as coisas acontecerem", disse Lula, durante assinatura de contrato que destina R$ 318,5 milhões do Fundo Amazônia para o Plano Amazônia: Segurança e Soberania

Fábio Matos

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a lentidão e a burocracia do governo federal, nesta segunda-feira (17), durante cerimônia de assinatura de um contrato que destina R$ 318,5 milhões do Fundo Amazônia para o Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Amas).

Em um breve pronunciamento, Lula elogiou o programa, mas pediu mais empenho e agilidade dos ministros e técnicos do governo para que as ações sejam, efetivamente, cumpridas ainda durante o atual mandato.

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“Nunca antes na história do Brasil se pensou em dar um passo tão extraordinário para cuidar da Amazônia como esse que está sendo dado agora”, disse Lula.

“Entre a gente propor a criação do Amas e fazermos esse contrato, nós levamos quase 1 ano. Agora temos que fazer uma licitação para comprar as coisas previstas no orçamento. Se levar mais 1 ano, vamos terminar o mandato sem colocar em prática o nosso plano”, alertou o presidente.

“Quero fazer um apelo aos companheiros: é preciso ser rápido. É preciso passar por cima dos manuais. É preciso fazer as coisas acontecerem”, complementou Lula.

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O chefe do Executivo disse, ainda, que a equipe do governo precisa ter
“muita habilidade para fazer isso acontecer rápido”.

“Estamos aprendendo que tudo que é para construir demora muito e tudo que é para destruir acontece rapidamente. É preciso que a gente apresse um pouco o processo de construção, porque o mandato é só de 4 anos. Daqui a pouco a gente termina o mandato, não consegue executar, aí vem outro e não faz nada”, concluiu o petista.

O plano

A celebração do acordo entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se deu entre o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

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De acordo com o Palácio do Planalto, além de investimento nos profissionais de segurança federais e locais, as ações de inteligência e fiscalização “serão reforçadas a partir da aquisição e do aluguel de equipamentos para enfrentar o crime organizado”.

Um dos principais objetivos do Amas, diz o Planalto, é estruturar e aparelhar o Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI-Amazônia), em Manaus (AM), e reforçar a integração com a Companhia de Operações Ambientais (COA), unidade da Força Nacional especializada no combate ao desmatamento.

Com o programa, o governo espera ampliar o intercâmbio de informações entre as forças de segurança federais, representantes das secretarias de segurança pública dos 9 estados da Amazônia Legal e representantes dos demais países que compõem o bioma. O plano prevê investimento total de R$ 1,2 bilhão.

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Projeto “ambicioso”, diz Lewandowski

“É um ambicioso projeto que agora acaba de se firmar depois dos primeiros passos dados”, afirmou o ministro Lewandowski, que discursou antes de Lula.

“Celebramos um marco importante na luta contra os crimes ambientais na Amazônia. A assinatura deste contrato com o BNDES representa o firme compromisso do governo federal em fortalecer a segurança e a soberania de uma das regiões mais vitais de nosso país”, disse o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje à frente da pasta da Justiça.

“O avanços do crime organizado no desmatamento ilegal e outros delitos com ele combinados precisam ter um fim. O plano é a resposta do governo Lula a esses desafios. O objetivo não é apenas proteger a Amazônia, mas garantir a segurança e o bem-estar de todas as pessoas que nela vivem”, prosseguiu Lewandowski.

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“Nós forneceremos viaturas policiais, lanchas blindadas, helicópteros, drones e outros equipamentos necessários. Há também a previsão de implementação de bases terrestres e fluviais na região”, detalhou o ministro.

Outros ministros

Além de Lula, Mercadante e Lewandowski, participaram da cerimônia de assinatura do contrato, no Palácio do Planalto, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede).

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, que teve participação ativa na elaboração do programa, também esteve presente.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”