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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que o governo irá comprar novos aviões para atender a Presidência e ministros, depois da pane em um dos motores ocorrido com o Airbus conhecido como Aerolula na semana passado, quando o presidente voltava da Cidade do México.
“Desse problema, tiramos uma lição: vamos comprar não apenas um avião, mas alguns aviões para que o Brasil, um pais grande, com 8,5 milhões de km², 350 mil km de florestas tropicais, 8 mil km de fronteira marítima, precisamos nos preparar. Não dá para se pego de surpresa”, defendeu em entrevista à rádio O Povo/CBN, de Fortaleza.
“Avião para o presidente da República não é para o Lula, para o Fernando Henrique Cardoso ou para o Bolsonaro. É avião para a instituição Presidência da República. Quem quer que seja eleito”, completou.
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O avião usado ainda hoje pela Presidência foi comprado por Lula em 2004, e custou aproximadamente 57 milhões de dólares. À época, a escolha recaiu sobre um modelo que atendia as questões de segurança de transporte do presidente e era o mais barato, mas é um avião de 45 lugares e com pouca autonomia. Viagens à Europa ou Estados Unidos não podem ser feitas diretamente, por exemplo, precisam de pelo menos uma escala.
Lula disse que foi “comedido” à época, ao escolher um modelo menor e mais barato, mas que ainda assim foi alvo de críticas, daí o apelido de Aerolula.
“Eu superei isso. Aos 79 anos, superei isso. Uma Presidência da República tem que ser respeitada, a instituição tem que ser respeitada. Brasil é muito grande e um presidente da República não precisa correr risco”, defendeu.
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Além de um novo avião presidencial, contou Lula, ele pediu ao Ministério da Defesa que apresente alternativas para a compra de outros aviões, para uso dos ministros.
Ministro da Defesa
O presidente aproveitou a entrevista também para defender o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, que esta semana criticou decisões comerciais tomadas pelo governo e que ele considerou ideológicas.
“Ele continua meu amigo, meu ministro da Defesa, não só porque eu tenho uma estima profunda, mas pela lealdade que ele tem comigo, antes e durante o governo. Ele foi leal comigo mesmo quando eu deixei o governo, é um amigo de verdade. Isso não abalou nada a presença dele no governo”, disse Lula.
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Em um evento sobre indústria da Defesa na Confederação Nacional da Indústria (CNI), na segunda-feira, Múcio criticou a decisão do governo de não levar adiante a compra de equipamentos de Israel. A crítica feita em público pelo ministro já tinha sido feita internamente.
O governo parou a aquisição de veículos blindados, em uma licitação internacional de 1 bilhão de reais vencida pela empresa israelense Elbit. A decisão teria sido tomada por interferência do assessor de assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim, que convenceu Lula a não levar adiante o negócio depois que o chanceler israelense, Israel Katz, disse que o presidente seria “persona non grata” no país.
As relações com Israel estão estremecidas pelas críticas de Lula aos ataques israelenses a Gaza, e o Brasil retirou seu embaixador de Tel Aviv.
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No mesmo discurso, Múcio criticou o impedimento de vender para a Alemanha munições que o Brasil tem armazenadas e não usa porque, segundo ele, poderiam ser enviadas à Ucrânia.
Segundo Lula, o ministro ligou para ele “apavorado” pela repercussão de sua fala, mas o presidente teria dito a ele que “não vai perder um centímetro de importância” com ele.