Lula confirma indicação de Cristiano Zanin ao STF

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, advogado de ficou conhecido por defender Lula nos processos da Lava Jato

Luís Filipe Pereira

Cristiano Zanin Martins (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Cristiano Zanin Martins (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (1º), que indicará o advogado Cristiano Zanin para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Caso tenha seu nome aprovado pelo Senado Federal, o advogado, que liderou a defesa de Lula nos processos da Operação Lava Jato, substituirá Ricardo Lewandowski, que se aposentou em 11 de abril.

Nas últimas semanas, a possibilidade concreta da indicação de Zanin ao cargo provocou críticas de agentes políticos, que apontam a proximidade do advogado com Lula como um fator que poderia atrapalhar sua atuação como magistrado da Suprema Corte.

Questionado por jornalistas, Lula, no entanto, deu mostras de que a decisão é definitiva. A indicação ainda precisa ser publicada no Diário Oficial da União (DOU) para que possa começar a tramitar no Senado Federal, onde operadores políticos do governo não esperam grandes dificuldades.

“Acho que todo mundo esperava que eu fosse indicar o Zanin não só pelo papel que ele teve na minha defesa, mas porque eu acho que ele vai se tornar um dos grandes ministros da Suprema Corte”, disse Lula a jornalistas depois de uma reunião bilateral com o presidente da Finlândia, Sauli Niiniströ.

“Eu conheço as qualidades como advogado, como chefe de família e conheço a formação do Zanin. Ele será um excepcional ministro da Suprema Corte, se aprovado pelo Senado. E eu acredito que será. E acho que o Brasil vai se orgulhar de ter o Brasil como ministro da Suprema Corte”, prosseguiu.

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Mais cedo, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já havia dito que a indicação deveria ser oficializada em mensagem presidencial à casa legislativa. O rito constitucional prevê que Cristiano Zanin seja sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Caso não seja encontrado qualquer empecilho, a previsão é que a indicação seja votada pelo plenário do Senado Federal após o feriado de Corpus Christi, que cai na próxima quinta-feira (8).

Se a indicação for aprovada pelo Senado, Zanin herdará as ações de Lewandowski na Corte − entre elas a relatoria do processo em que o ex-advogado Rodrigo Tacla Duran, que prestava serviços para a Odebrecht, cita o ex-juiz Sergio Moro, atualmente senador pelo Paraná (União Brasil) e o ex-procurador Deltan Dallagnol em acusações sobre ilegalidades cometidas no âmbito da Operação Lava Jato.

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Em outro caso sob sua responsabilidade, em decisão liminar referente à Lei das Estatais, Lewandowski suspendeu parte da legislação que vedava a indicação de integrantes da estrutura governamental a nível federal, estadual ou municipal para cargos em empresas públicas. Ele indicou que só há restrição caso o escolhido ainda esteja com vinculação partidária no momento da indicação. O julgamento está interrompido e não há data para que seja retomado.

Formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Zanin tem 47 anos e ficou conhecido por defender Lula nos processos da Operação Lava Jato. Após ser condenado e preso, o presidente posteriormente teve as condenações anuladas pelo STF, que julgou incompetente o juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba.

(Com Reuters)