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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se emocionou, nesta sexta-feira (2), ao discursar durante a cerimônia de anúncio da ampliação do programa Pé-de-Meia para estudantes do ensino médio, em Fortaleza (CE).
No segundo compromisso do dia no estado, Lula não conteve as lágrimas e chorou ao citar a infância pobre com os irmãos e a mãe, dona Lindu, no interior de Pernambuco.
Em seu pronunciamento, Lula ressaltou a necessidade de o governo federal expandir os investimentos em áreas sociais, como saúde e educação, e disse que estava proibindo os ministros de falarem em “gasto” quando tratarem dos recursos disponibilizados para esses setores.
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“Enquanto eu puder colocar dinheiro na educação, é proibido qualquer ministro meu utilizar a palavra ‘gasto’. Educação é investimento, investimento e investimento”, afirmou Lula.
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Choro
Lula se emocionou e foi às lágrimas diversas vezes ao longo do discurso. Em uma delas, ele chegou a interromper o pronunciamento para se recompor, depois de ter citado a dedicação de sua mãe aos filhos.
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“Eu sou o primeiro filho da dona Lindu que teve uma geladeira, que teve um carro, que teve uma casa”, recordou o presidente, já chorando. “Teve um tempo em que eu tinha vergonha de me emocionar e de chorar. Hoje eu acho que feliz é o país que tem um presidente capaz de chorar de emoção diante do seu povo”, complementou Lula.
“A minha mãe teve a coragem de se separar do meu pai com 8 filhos pequenos. Eu tinha 7 anos de idade. Ela criou 8 filhos, a gente vendia laranja, tapioca, sardinha, cocada, o que tivesse que vender… tinha até irmão trabalhando em carvoaria. Mas a minha mãe nunca mais aceitou sequer olhar para a cara do meu pai”, prosseguiu o presidente.
“Atraso educacional”
Ao exaltar a expansão do programa Pé-de-Meia, Lula disse que se lembrará para sempre do evento desta sexta em Fortaleza. “Esse ato de hoje é uma fotografia que vai ficar para sempre na minha cabeça. O dia em que o Brasil se libertou do atraso educacional, o dia em que o Brasil despertou no coração da juventude a possibilidade de estudar e a oportunidade de andar de cabeça erguida neste país”, afirmou.
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Segundo o petista, “a maior herança que a gente pode deixar para o nosso filho é formá-lo cidadão”. “É dar à mulher e ao homem uma profissão para que eles possam trabalhar e, pelo seu trabalho, ter um salário digno e decente para cuidar da sua família. Essa é a grande paixão de qualquer pai e de qualquer mãe”, disse Lula.
O presidente também criticou, indiretamente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), embora não tenha citado expressamente o nome do adversário.
“Tem gente que acha que governar é mentir. Tem gente que acha que governar é ofender. Tem gente que acha que governar é abusar das pessoas, é não gostar das mulheres, das crianças, dos negros, dos quilombolas, de pessoas com deficiência”, concluiu.
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Pé-de-Meia
Idealizado pela deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) e aprovado pelo Congresso Nacional, o programa Pé-de-Meia foi instituído pela Lei nº 14.818/2024. Trata-se de uma ação de incentivo financeiro-educacional, na modalidade de poupança, que pode chegar a R$ 9,2 mil por aluno.
Essa política é destinada a promover a permanência e a conclusão escolar de jovens matriculados no ensino médio público. O programa teve a adesão de todos os estados, do Distrito Federal e de 74 secretarias de educação municipais ofertantes de ensino médio regular.
Lula anunciou a expansão do Pé-de-Meia para estudantes do ensino médio público cuja família esteja inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e tenha renda per capita de até meio salário mínimo.
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Alunos da educação de jovens e adultos (EJA) que cumpram os mesmos critérios também passarão a receber o benefício. De acordo com o Planalto, as novas regras ampliam em mais de 1 milhão o número de beneficiados pela poupança do ensino médio.
Desde o primeiro semestre de 2024, são abrangidos 2,7 milhões de estudantes de escolas públicas beneficiários do Bolsa Família. Os novos contemplados começarão a receber o incentivo a partir de agosto.