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Diante do cenário de indefinição das últimas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sinalizado a interlocutores que já teria definido o desenho da reforma ministerial, que vai promover a entrada de PP e Republicanos no primeiro escalão do governo. O desfecho, no entanto, estaria por detalhes a serem definidos com as lideranças partidárias envolvidas nas mudanças.
Segundo reportagem do jornal O Globo publicada nesta terça-feira (5), o plano seria acomodar o deputado André Fufuca (Maranhão), líder do PP na Câmara dos Deputados, no ministério do Esporte, que, com a regulamentação das apostas esportivas, passaria a contar com uma secretaria para fazer a gestão dos recursos, o que poderia garantir a influência do possível novo ministro junto a bases regionais. Ao mesmo tempo, a possibilidade vai ao encontro de falas recentes do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que considera legítimo que, para passar a compor a base ministerial, as siglas busquem pastas que garantam maior acesso a recursos e permitam uma atuação mais próxima à população.
Atual titular da pasta do Esporte, a medalhista olímpica do vôlei Ana Moser, afirmou, no fim de julho, ao ser questionada sobre a hipóteses de ser substituída no ministério, que a escolha de mantê-la ou não no cargo caberia somente ao presidente. Em oito meses no cargo, Ana Moser tem como principal empreitada a candidatura do Brasil para sediar a Copa do Mundo feminina em 2027.
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Caso a saída seja concretizada, ela seria a segunda mulher a ser desalojada na Esplanada. No início de julho, Daniela Carneiro deu lugar a Celso Sabino na pasta do Turismo, após pressão da União Brasil. Além de abrir uma divergência com uma bandeira levantada ainda durante a campanha presidencial, a saída de mais uma mulher da sua equipe ministerial pode não agradar alas específicas do governo.
Seguindo o Plano do Planalto de ampliar a base, o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) deverá ser indicado para o Ministério de Portos e Aeroportos, no lugar de Márcio França (PSB-SP), de acordo com apuração do jornal o Estado de S. Paulo, em matéria publicada na edição impressa também desta terça. Restaria definir o destino de França, que atualmente tem sob sua responsabilidade a gestão do Porto de Santos, e buscaria uma compensação para manter sua influência na Baixada Santista, região onde está localizada sua base eleitoral.
Ainda não confirmada pelo Executivo, a criação do Ministério de Micro e Pequenas Empresas, cujo trabalho atual é realizado no âmbito de uma secretaria que responde ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (MDIC), seria uma alternativa para acomodar França. Caso não haja acordo, uma segunda possibilidade seria uma migração do ex-governador paulista para a pasta de Ciência e Tecnologia, que atualmente tem como titular Luciana Santos (PC do B). Ainda segundo O Globo, essa mudança desalojaria a atual titular do Ministério das Mulheres, Cida Gonçalves, que poderia ceder seu lugar na Esplanada a Luciana Santos, como forma de manter o PC do B no primeiro escalão do governo.
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Há expectativa pela definição da reforma ministerial até quarta-feira (6), já que no dia seguinte Lula embarca em mais uma viagem internacional rumo à Índia, para reunião com os líderes do G20, quando o Brasil também assumirá a presidência rotativa do grupo. Caso não seja concretizada esta semana, as mudanças só ocorreriam na próxima semana, com o retorno de Lula ao país.