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Em sua terceira visita ao Rio Grande do Sul desde que o estado começou a enfrentar a maior tragédia climática de sua história, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou o discurso, durante o anúncio das novas medidas de socorro à população gaúcha, para criticar a propagação de notícias falsas sobre a calamidade que atinge a região.
Entre as medidas, estão um auxílio de R$ 5,1 mil às famílias atingidas pela tragédia no Rio Grande do Sul; saque de até R$ 6,2 mil do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); e inclusão de 21 mil famílias no programa Bolsa Família (clique aqui e saiba tudo o que foi anunciado).
Em seu pronunciamento, Lula destacou a solidariedade dos voluntários e elogiou os brasileiros pela onda de apoio ao Rio Grande do Sul, com doações de mantimentos oriundas de todas as partes do país. Segundo o chefe do Executivo, o Brasil precisa intensificar esse tipo de ação solidária.
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“É possível, apesar da nojeira das fake news. É possível, apesar da nojeira do comportamento de alguns vândalos, que não fazem política, que não discutem política, que não querem argumento. Só querem destratar a vida dos outros, ofender as pessoas”, afirmou o presidente da República.
“Esse tipo de gente, eu tenho certeza de que mais dia, menos dia, vão ser banidos da política brasileira. Não serão mais pessoas levadas em conta”, completou Lula.
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União entre Poderes
Durante sua fala, o petista ressaltou a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, que novamente acompanhou o anúncio das medidas de apoio ao Rio Grande do Sul. Desta vez, os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não acompanharam Lula na viagem. Ambos argumentaram que tinham compromissos legislativos e não poderiam se ausentar de Brasília (DF).
“Embora nós sejamos Poderes autônomos, a gente tem de funcionar como uma orquestra. Não podemos nos encontrar apenas em jantares, de vez em quando. Ou apenas para fazer um ato solene em Brasília. Temos de nos encontrar também nos momentos de amargura do povo brasileiro”, disse Lula.
“Quando eu convido, é porque eu quero que as pessoas compreendam a necessidade de agilizar as votações na Câmara e no Senado. Eu chamo também para compartilhar a elaboração das nossas políticas”, prosseguiu o presidente. “O fato de eu ter sido eleito presidente não significa que eu seja o dono. É como se fosse o síndico. Eu tenho que saber que outras pessoas pensam diferente de mim.”
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“Resposta ousada do Estado”
Lula elogiou o esforço conjunto de vários ministérios de seu governo que estão diretamente mobilizados para a reconstrução do Rio Grande do Sul.
“Possivelmente, é a proposta mais ousada que o Estado brasileiro já fez para combater os desastres climáticos. O problema de uma cidade não é só dela, mas do estado e do governo federal. É um problema da nação”, afirmou.
“Lógico que não poderemos resolver tudo na hora. Quem tem de pagar o salário sempre acha que é muito. Quem tem de receber o salário sempre acha que é pouco. Isso faz parte da nossa cultura”, continuou Lula. “Temos de perguntar: para que serve um governo? Por que alguém quer ser presidente da República? O nosso trabalho é sensibilizar as pessoas de que o máximo que estamos fazendo não é o máximo, é apenas o necessário, o óbvio”, completou o presidente.
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Lula reiterou, ainda, o que já havia dito mais cedo, durante uma visita a um abrigo em São Leopoldo (RS) – que todos os afetados pela tragédia terão moradias novamente. “Todas as pessoas que perderam sua casa por causa da tragédia terão o direito de ter uma casa no padrão do Minha Casa Minha Vida, faixa 1 e faixa 2”, afirmou.
“Problema monumental”, diz Haddad
Falando antes de Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que o objetivo do governo é anunciar novas medidas para o Rio Grande do Sul “a cada 2 ou 3 dias”.
“Nós estamos em uma espécie de mutirão permanente em Brasília, a pedido do presidente da República, para formular as propostas que estão sendo anunciadas, passo a passo, disse. “Não podemos nos deixar enfraquecer em um momento no qual o estado precisa da unidade dos prefeitos, do governador e do presidente Lula e sua equipe.”
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Segundo Haddad, “nenhuma medida, isoladamente, vai resolver o problema que estamos enfrentando, que é muito grande, é monumental”. “Temos de criar um instrumental que atenda às especificadas de cada família, de cada empresa e de cada município”, afirmou o ministro.
“Esse trabalho vai se estender e, a cada semana, serão 2 ou 3 novas medidas, até que estejamos de posse de todas as ferramentas necessárias para agir de forma específica e da maneira mais adequada e eficaz”, concluiu Haddad.