Chanceler tem tarefa de firmar novo acordo com EUA sobre deportados, diz Lewandowski

As condições da deportação dos brasileiros entrou em discussão após "tratamento degradante" aos passageiros em voo que chegou no Brasil na sexta-feira

Reuters

Migrantes brasileiros deportados dos EUA aguardam para embarcar em um voo da Força Aérea Brasileira para Belo Horizonte no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, Brasil, 25 de janeiro de 2025. REUTERS/Bruno Kelly
Migrantes brasileiros deportados dos EUA aguardam para embarcar em um voo da Força Aérea Brasileira para Belo Horizonte no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, Brasil, 25 de janeiro de 2025. REUTERS/Bruno Kelly

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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, tem a tarefa de buscar um novo acordo com os Estados Unidos sobre a deportação de imigrantes brasileiros ilegais, afirmou nesta quarta-feira (29) o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

As condições da deportação dos brasileiros entrou em discussão após “tratamento degradante” aos passageiros em voo que chegou no Brasil na sexta-feira. Brasileiros relataram maus tratos e violência física.

“Com relação aos deportados, o ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, saiu com a incumbência de negociar um novo acordo com as autoridades norte-americanas para que os brasileiros que sejam deportados agora venham com o mínimo de dignidade, que seus direitos fundamentais sejam respeitado”, disse Lewandowski em coletiva de imprensa, referindo-se à tarefa atribuída ao chanceler em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na véspera.

Segundo o ministro da Justiça, sua pasta irá acompanhar a chegada dos deportados, por meio da Polícia Federal, da forma que vem atuando “com relação a qualquer pessoa que ingressa no território nacional”, o que inclui triagem e todo o processo de imigração.

O Ministério dos Direitos Humanos ficou encarregado, acrescentou Lewandowski, de montar centro de acolhimento no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

No caso da Operação Acolhida, em Roraima, de recepção a imigrantes venezuelanos, explicou, chegou-se a considerar uma suspensão das atividades da operação, diante da decisão do governo norte-americano de interromper o repasse de recursos para agências da Organização das Nações Unidas (ONU), inclusive a Organização Internacional de Migrações (OIM) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), “um baque muito grande” nas palavras do ministro.

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Mas a ideia do governo brasileiro, segundo ele, é buscar recursos para que os venezuelanos possam ser recebidos com tratamento digno.

“Não temos ainda os recursos definidos e nem o pessoal necessário, mas todos os ministérios envolvidos, sobretudo o Ministério da Defesa, o próprio Exército e nós mesmos, vamos fazer o possível para que possamos receber os venezuelanos condignamente.”