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SÃO PAULO – O ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, disse em depoimento ao juiz Sérgio Moro, nesta quinta-feira (20), que foi orientado pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva a destruir provas que pudessem ajudar nas investigações da Operação Lava Jato.
Em um trecho divulgado, Pinheiro conta sobre um diálogo que teve com Lula em um de seus encontros. Nele, o petista teria perguntado se o empreiteiro havia feito pagamento a João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, no exterior. O ex-presidente da OAS disse que negou e foi indagado como estariam sendo feitos os repasses ao partido. Ele teria respondido a Lula que todos os pagamentos eram feitos através de orientações de caixa 2 e doações diversas de Vaccari. Por fim, Pinheiro contou ter ouvido a seguinte orientação do petista: “Você tem algum registro de algum encontro de contas feita com João Vaccari com vocês? Se tiver, destrua”.
Também no depoimento, o empresário afirmou que o tríplex do Condomínio do Edifício Solaris, em Guarujá (SP), “era de Lula”. “O apartamento era do presidente Lula. Desde o dia que me passaram para estudar os empreendimentos da Bancoop já foi me dito que era do presidente Lula e sua família e que eu não comercializasse e tratasse aquilo como propriedade do presidente”, afirmou. Quando questionado pela defesa do petista sobre a chave do imóvel, ele respondeu: “Não existia a chave, porque não existia o andar feito”.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, Lula teria recebido R$ 3,7 milhões em benefício próprio da OAS entre 2006 e 2012. O ex-presidente da República é acusado de recebimento de vantagens indevidas da empreiteira por meio de um tríplex no litoral paulista e ao armazenamento de bens do acervo presidencial entre 2011 e 2016.