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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), se reuniu, nesta quinta-feira (2), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros do governo federal para discutir ações de apoio ao estado, que vem sendo duramente castigado pelas fortíssimas chuvas nos últimos dias.
De acordo com balanço parcial da Defesa Civil e autoridades locais, os temporais já causaram 24 mortes, e 21 pessoas estão desaparecidas. Segundo o próprio governador, trata-se do “maior desastre da história” do Rio Grande do Sul – com impacto ainda pior do que o registrado no ano passado, quando as inundações mataram mais de 50 pessoas.
Até o momento, 67,8 mil pessoas foram atingidas pela tragédia e 14,5 mil tiveram de deixar suas casas. São 4.599 as pessoas que foram deslocadas para abrigos, enquanto outras 9.993 estão desalojados (na casa de familiares ou amigos).
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“Já é e será o pior desastre climático do nosso estado. Precisamos evitar, ao máximo, perdas de vidas neste momento”, disse o governador gaúcho, em pronunciamento após a reunião com Lula. “Estamos enfrentando uma situação de guerra. Por isso, as Forças Armadas estão aqui mobilizadas e agradecemos muito por esse esforço conjunto”, afirmou Leite.
“Infelizmente, lamentamos desde já as mortes registradas e as que não foram ainda registradas, que serão muitas, em função de deslizamentos. Mais uma vez, peço às pessoas que saiam das zonas de risco e das suas casas enquanto há tempo para isso, para que possamos salvar o maior número de vidas possível”, completou.
O governador do Rio Grande do Sul agradeceu publicamente a Lula pela visita às regiões atingidas pela tragédia. “A sua vinda ao Rio Grande do Sul é muito importante. Tenho estado em contato diretamente com os ministros [Paulo] Pimenta [Secom], [José] Múcio [Defesa] e Waldez [Góes, do Desenvolvimento Regional], especialmente, e também com o vice-presidente Geraldo Alckmin. Mas a sua presença aqui, o olho no olho, sentarmos à mesma mesa, é insubstituível.”
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“O presidente já garantiu que não faltarão recursos do governo federal para nos atender. Mas, neste momento, o foco é o resgate, o restabelecimento da normalidade e já começar a planejar os próximos dias”, completou Leite.
“Não faltará esforço”, diz Lula
Em sua fala, após o pronunciamento do governador, Lula reiterou o compromisso do governo federal em fornecer todos os recursos necessários ao Rio Grande do Sul para enfrentar o desastre.
“Da parte do governo federal, não faltará nenhum esforço para que a gente possa não só trabalhar arduamente, como já estão trabalhando as Forças Armadas brasileiras. Não vamos permitir que faltem recursos para que possamos reparar os danos causados”, disse Lula.
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“O governo federal estará 100% à disposição do estado e do povo do Rio Grande do Sul para atendermos, com material humano, trabalho, eficiência e recursos, para repararmos os prejuízos”, prosseguiu o presidente. “Tudo o que estiver ao alcance do governo federal, a gente vai dedicar 24 horas de esforço para que possamos atender.”
Lula cobrou, ainda, os ministros do governo, para que apresentem ações concretas para a reconstrução das áreas atingidas no estado. O presidente também chamou atenção para a necessidade de se levar a sério o tema das mudanças climáticas.
“Quero que cada um deles [ministros] assuma compromisso não apenas na minha frente, mas também na frente da imprensa, para que possamos minimizar o sofrimento que esse evento extremo da natureza está causando no Rio Grande do Sul”, disse Lula.
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“É o segundo evento que acontece [no estado] em menos de 1 ano. Temos de ficar preocupados em cuidar do planeta Terra com muito mais carinho e amor”, concluiu.
A comitiva de Lula no Rio Grande do Sul contou com os ministros Renan Filho (Transportes), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação), além de representantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
Estado de calamidade pública
As fortíssimas chuvas levaram o governo gaúcho a decretar estado de calamidade pública. A medida foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado, na noite de quarta-feira (1º), em função de “eventos climáticos de chuvas intensas”.
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A Defesa Civil pediu aos moradores do Vale do Taquari para que deixassem suas casas, muitas das quais localizadas em áreas de risco, e procurassem abrigos públicos ou outros locais mais seguros.
De acordo com informações da Climatempo, há previsão de mais chuvas, nesta quinta, para a região de Santa Maria e os vales dos rios Taquari, Caí e Pardo, Região Metropolitana, Serra, Norte e Noroeste. O tempo instável deve permanecer pelo menos até domingo (5).
A orientação para evacuação imediata é válida para os seguintes municípios:
- Santa Tereza;
- Muçum;
- Roca Sales;
- Arroio do Meio;
- Encantado;
- Lajeado.
Já as cidades sob risco de inundações são as seguintes:
- Agudo;
- Alegrete;
- Arroio do Meio;
- Bom Princípio;
- Bom Retiro do Sul;
- Cachoeira do Sul;
- Campo Bom;
- Candelária;
- Canudos do Vale;
- Cerro Branco;
- Colinas;
- Cruzeiro do Sul;
- Encantado;
- Estrela;
- Feliz;
- Forquetinha;
- General Câmara;
- Harmonia;
- Jaguari;
- Lajeado;
- Marques de Souza;
- Montenegro;
- Muçum;
- Novo Cabrais;
- Novo Hamburgo;
- Paraíso do Sul;
- Pareci Novo;
- Parobé;
- Pouso Novo;
- Relvado;
- Restinga Sêca;
- Rio Pardo;
- Roca Sales;
- Santa Cruz do Sul;
- Santa Tereza;
- São Jerônimo;
- São Leopoldo;
- São Sebastião do Caí;
- São Sepé;
- Sinimbu;
- Taquara;
- Taquari;
- Travesseiro;
- Triunfo;
- Vale do Sol;
- Vale Real;
- Venâncio Aires;
- Vera Cruz.