Lava Jato investiga suposta mansão de Lula no Uruguai ligada a Grendene, diz IstoÉ; empresa rebate

Em comunicado enviado ao mercado através da Grendene, Alexandre Grendene Bartelle afirmou "ser totalmente falsa e absurda a informação  de que seria proprietário da casa em Punta Del Este citada na reportagem"

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Uma nova suspeita contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou a manchete da revista IstoÉ no último final de semana, envolvendo também a Grendene (GRND3). 

Na reportagem, foi revelado que procuradores do MPF (Ministério Público Federal) integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato, apuram desde agosto se uma mansão em Punta Del Este, no Uruguai, pertence ao petista. De acordo com a publicação, o esquema seria semelhante ao adotado pelo ex-presidente com relação a outras propriedades utilizadas por ele no Brasil – o tríplex no Guarujá, o sítio em Atibaia e uma cobertura em São Bernardo do Campo.

Os imóveis ficam registrados em nome de empresários amigos. Segundo a IstoÉ, essa prática se repetiria no Uruguai. A publicação informa quea mansão pertenceria a uma offshore ligada ao empresário Alexandre Grendene Bertelle. Ele é um dos donos da empresa de calçados Grendene e, no Uruguai, é proprietário de diversos casarões, entre eles, o imóvel suspeito de ter ligações com Lula – e sócio de empreendimentos bem-sucedidos como o Hotel e Cassino Conrad. 

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Em comunicado enviado ao mercado através da Grendene, Alexandre Grendene Bartelle afirmou “ser totalmente falsa e absurda a informação publicada de que seria proprietário, por meio de uma offshore, da casa em Punta Del Este (Uruguai) citada na reportagem. Por oportuno, reitera que nunca foi proprietário, direta ou indiretamente, do imóvel em questão”.

“Adicionalmente a Grendene, também citada na matéria, informa que não adquiriu a empresa Vulcabrás nem tem qualquer vínculo societário com a mesma e muito menos recebeu empréstimo do BNDES para esta aquisição inexistente e fantasiosa”, informou a empresa. De acordo com a IstoÉ, o BNDES teria emprestado R$ 314 milhões só para a compra da Vulcabrás. “Como é sabido entre os que acompanham as notícias sobre a Grendene, a Vulcabrás pertenceu à companhia nos anos 90 e desde 2000 é uma empresa independente sem qualquer vínculo societário com a Grendene”, afirmou a empresa em comunicado.

Segundo a IstoÉ, durante o governo Lula, a fabricante de calçados obteve empréstimos subsidiados do BNDES no valor de R$ 3 bilhões, empréstimos estes que estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal de Novo Hamburgo (RS). 

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A assessoria de imprensa de Lula informou que o ex-presidente não tem nenhuma casa ou conta no exterior e que todas as propriedades dele estão em São Bernardo do Campo e são devidamente declaradas.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.