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SÃO PAULO – Em sabatina realizada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, o procurador geral da República Rodrigo Janot se defendeu das acusações em sabatina feitas pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL).
Collor afirmou que Janot ‘falseou’ informações sobre contratação de empresa de comunicação e que o procurador deu prejuízo a cofres públicos ao alugar mansão por R$ 67 mil em Brasília. Além disso, o senador alagoano questionou a nomeação de servidora de nível médio para ocupar cargo de nível superior na Assessoria de Cerimonial do Gabinete do Procurador-Geral da República.
Collor também colocou sob suspeição contrato sem licitação que teria sido firmado entre o MP e a empresa de comunicação Oficina da Palavra. O senador ainda acusou Janot de ter advogado para uma empresa privada enquanto atuava como subprocurador-geral da República e perguntou se o sabatinado considera isso moralmente aceitável.
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Em resposta a Collor, o procurador-geral da República afirma que os contratos com empresa de comunicação são legais e que registra que Constituição autoriza membros do MP que entraram na carreira antes de 1988 a advogar.
Ao ser questionado sobre se os vazamentos para a imprensa teriam sido propositais, ele negou que seja um “vazador costumaz”. “Eu sou discreto”.
Janot negou irregularidade na nomeação de sua chefe de cerimonial e disse que Cinthia Oliveira de Almeida teria sido escolhida pela experiência: “Não existe curso superior de cerimonial”.
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Sobre o aluguel de imóvel, Janot diz que foi apresentado à Procuradoria-Geral da República alvará falso. As providências legais e judiciais, informou, já foram tomadas. Collor ainda afirmou que Janot hospedou em sua casa um contraventor procurado pela Interpol. Janot disse que o suposto “contraventor” era seu irmão, que já morreu: “Não participarei dessa exumação pública”, disse.
Era esperado que Collor fizesse ataques ao procurador, já que ele foi denunciado por Janot no âmbito da Operação Lava Jato. Desde que começou a ser investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Collor fez diversos ataques ao procurador-geral da República. Na última segunda feira (24), após ter sido denunciado por corrupção ao Supremo Tribunal Federal, o senador voltou a acusar Janot de persegui-lo.
Da tribuna do Senado, Collor chamou o procurador-geral de “fascista” e “sujeitinho à toa” e questionou que ele tenha condições morais de comandar o Ministério Público. Collor foi o primeiro a chegar à comissão e está sentado na primeira fila, em frente ao procurador-geral.
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Caso aprovado pela CCJ, o nome de Janot passará por nova votação ainda hoje no plenário da Casa, onde precisará do apoio de, pelo menos, 41 dos 81 senadores. Em ambos os casos, a votação é secreta.
(Com Agência Senado e Agência Brasil)