Publicidade
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) chamou nesta segunda-feira (19) para consultas o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, ao mesmo tempo em que convocou o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, para dar explicações ao governo brasileiro. A decisão ocorre horas após o chanceler de Israel, Israel Katz, declarar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) persona non grata no país.
Em nota, o Itamaraty disse que Zonshine foi convocado para se reunir ainda hoje com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro (o chanceler brasileiro está na cidade para um encontro dos chanceleres do G20 que acontecerá na cidade nesta semana). A pasta também informou que Meyer embarcará em direção ao Brasil amanhã, terça-feira (20).
O MRE disse ter tomado as medidas “diante da gravidade das declarações desta manhã do governo de Israel”.
Continua depois da publicidade
Mais cedo, Katz convocou o embaixador brasileiro em Tel Aviv para uma reprimenda no Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, e anunciou que Lula não é bem-vindo em Israel até que se retrate de comentários que fez, comparando a guerra realizada por Israel em Gaza ao Holocausto promovido pelo ditador alemão Adolf Hitler contra os judeus na Segunda Guerra Mundial.
Ao lado do embaixador brasileiro, o chanceler israelense disse que as declarações de Lula eram vergonhosas e antissemitas.
Guerra Israel-Hamas
Israel iniciou uma ampla ofensiva por terra e ar em Gaza, após o Hamas matar 1,2 mil pessoas e sequestrar outras 253, em território israelense, em 7 de outubro de 2023. Desde então, os ataques israelenses devastaram o enclave palestino, matando mais de 29 mil pessoas e forçando a maioria dos 2 milhões de habitantes de Gaza a deixarem suas casas.
Continua depois da publicidade
Antes da reprimenda ao embaixador brasileiro e ao anúncio de Lula como persona non grata em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que a declaração de Lula buscava banalizar o Holocausto e cruzava uma “linha vermelha”. O Holocausto promovido pelo nazistas na Segunda Guerra Mundial matou 6 milhões de judeus.
(Com Reuters)