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A irmã do governador de Roraima é um dos vários alvos de uma operação da Polícia Federal contra uma organização criminosa que atua na extração e comércio ilegal de ouro no Estado, segundo duas fontes com conhecimento do assunto.
A PF informou que o grupo teria movimentado 64 milhões de reais ao longo dos últimos dois anos em operações de lavagem de dinheiro. A operação ocorre nos Estados de Roraima e Pernambuco.
Agentes estiveram na casa de Vanda Garcia de Almeida para cumprir um dos 8 mandados de busca e apreensão contra a quadrilha. Ela é irmã do governador Antonio Denarium (PP). A Reuters não conseguiu contatar Vanda Garcia de Almeida.
Em nota de sua assessoria, o governador disse desconhecer o teor da investigação “e espera que as eventuais responsabilidades sejam apuradas na forma da lei”. Denarium não foi alvo da operação.
As investigações começaram após um alerta feito pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante uma abordagem em um estrada de Roraima. As informações foram repassadas à Polícia Federal.
A Justiça determinou ainda o bloqueio de bens de alvos da operação.
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“Os valores seriam oriundos da compra e venda de ouro ilegal e contaria com o uso de empresas de fachada, que buscariam dar aspecto de legalidade às transações financeiras”, disse a PF em nota.
De acordo com as investigações, os suspeitos de integrar a quadrilha “receberiam valores de diversos financiadores pelo Brasil e sacariam ou transfeririam os valores para pessoas e empresas no Estado de Roraima, as quais seriam responsáveis pela compra de ouro ilegal”.
Nesta sexta, A PF realiza também uma série de ações de erradicação do garimpo ilegal em terras yanomami.
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“Os trabalhos visam à interrupção da logística do crime, com foco na inutilização da infraestrutura utilizada para a prática do garimpo ilegal bem como a materialização das provas sobre a atividade criminosa”, disse a PF.
As ações de combate ao crime são conduzidas por uma força tarefa que conta com Polícia Federal Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Força Nacional e Ministério da Defesa.
A PF atuará destruição de maquinários e meios usados para prática de crimes.
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“O foco das ações é na logística do crime e no registro da materialidade delitiva, não nas pessoas envolvidas, de modo a evitar que haja dificuldades na saída dos não índios da Terra Yanomami”, disse o chefe da diretoria de Meio Ambiente da Amazônia da PF, Humberto Freire.