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Faltando 5 dias para o segundo turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) estão tecnicamente empatados na disputa pelo Palácio do Planalto, segundo pesquisa divulgada, nesta terça-feira (25), pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) em parceria com a Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais (Abrapel).
O levantamento, realizado entre os dias 22 e 24 de outubro, mostra que Lula mantém vantagem numérica de 6 pontos percentuais sobre o adversário, no limite da margem de erro, mas com ambos oscilando 1 ponto percentual para cima em relação ao desempenho da semana passada.
Agora, Lula aparece com 50% das intenções de voto totais em cenário estimulado, enquanto Bolsonaro tem 44%. Eleitores que dizem votar em branco ou nulo somam 4% dos entrevistados. Já os que não souberam ou preferiram não responder representam 2%. A margem de erro estimada é de 3 pontos percentuais.
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Considerando os dados demográficos, Lula lidera entre mulheres (56% a 37%), nos três grupos etários definidos pelo levantamento − de 16 a 34 anos (52% a 42%), de 35 a 59 anos (49% a 44%) e 60 anos ou mais (49% a 46%) −, entre aqueles com nível escolaridade até Ensino Fundamental completo (61% a 33%), com renda de até 2 salários mínimos (60% a 33%), da Região Nordeste (67% a 29%) e religião católica (56% a 39%).
Já Bolsonaro leva vantagem entre os homens (52% a 43%), com Ensino Médio (50% a 44%) e Ensino Superior (52% a 41%), renda entre 2 e 5 salários mínimos (55% a 39%) e superior a 5 salários mínimos (51% a 45%), das regiões Norte/Centro-Oeste (50% a 44%) e Sul (53% a 39%) e de religião evangélica (61% a 33%).
Como parte do trabalho de campo da pesquisa foi encerrado apenas nesta segunda-feira, é possível afirmar que os impactos do episódio do ataque a tiros do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) contra agentes da Polícia Federal e sua posterior prisão foram parcialmente capturados.
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O cientista político Antonio Lavareda, presidente do conselho científico do Ipespe, classificou o resultado da terceira (e última) rodada da pesquisa como “um empate dentro do limite da margem de erro, mas pouco plausível”.
“A evolução do incumbente registrada na semana anterior foi interrompida. Isso pode ter sido resultado do início da repercussão do episódio Roberto Jefferson com forte repercussão a partir do fim da noite do domingo. Lembrando que as entrevistas dessa pesquisa foram iniciadas no último sábado e concluídas com uma menor quantidade ontem (24)”, escreveu.
“O que se pode esperar sobre a evolução dos competidores nos próximos dias? É verdade que nessa reta final, com os ânimos acirrados, deve-se esperar novas denúncias dos dois lados. Além do campo oficial lançar mão a cada momento de um arsenal inesgotável de recursos para tentar reduzir a liderança do adversário. E também teremos um último debate na Globo, na sexta-feira, com audiência certamente recorde. Tudo isso combinado certamente terá alguma influência, mas a cinco dias da votação uma reviravolta é muito difícil. Nunca houve na última semana numa eleição presidencial no Brasil. Só um fato extraordinário poderia inverter a posição dos concorrentes”, continua.
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Excluindo os “não votos” (votos em branco, nulos e eleitores indecisos), o quadro da pesquisa Ipespe/Abrapel é o mesmo de uma semana atrás: 53% para Lula e 47% para Bolsonaro. Esta é a mesma metodologia usada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para divulgar os resultados de eleições.
Mas o Ipespe destaca que os levantamentos não conseguem captar o potencial de abstenção do eleitorado, o que pode implicar em distorções em relação aos resultados da urna.
Um método usado pelo instituto para aproximar o cenário capturado ao que pode ocorrer nas urnas em 30 de outubro considera somente os 78% do eleitorado que diz ter “muito” ou “algum interesse” na eleição, excluindo os que dizem não votar em nenhum dos candidatos. Neste caso, a vantagem de Lula é mais estreita: 52% a 48% sobre Bolsonaro.
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A pesquisa Ipespe/Abrapel também capturou a preferência dos eleitores em situação espontânea − ou seja, quando os nomes dos candidatos não são apresentados pelo entrevistador (algo similar ao conceito de “top of mind”, usado na publicidade). Neste cenário, Lula tem 47% e Bolsonaro, 43%. A distância é a mesma apontada pelo levantamento na semana passada.
Considerando apenas os eleitores muito interessados no pleito (65% do total), Bolsonaro lidera com 73% das intenções de voto, contra 65% de Lula. O petista, porém, lidera entre aqueles que dizem ter algum interesse no pleito (14% a 10%), pouco interesse (11% a 10%) e que não têm interesse (8% a 4%).
Entre os que enfrentam maior dificuldade para votar, porque ou moram longe (14%) ou muito longe (4%), e mais os que não souberam responder à questão (1%), a vantagem de Lula sobre Bolsonaro é ainda maior: 54% a 41%.
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Além do grau de interesse no pleito e a distância para a seção eleitoral, o levantamento incluiu uma terceira variável para avaliação de abstenção: a certeza de comparecimento. Dos eleitores de Bolsonaro, 89% declararam ter certeza de que irão votar, número que cai para 82% entre os eleitores de Lula.
Os números confirmam a percepção de analistas políticos de que Lula deve ser o maior prejudicado pelo esperado aumento das abstenções no segundo turno − sobretudo em Estados que já escolheram seus governadores. Mas especialistas acreditam que esta variável isolada não seria capaz de reverter a dianteira do petista na disputa.
Outro elemento testado pela pesquisa foi a probabilidade de voto e rejeição dos candidatos entre os eleitores. De um lado, Lula manteve percentual de 47% que dizem que votarão nele “com certeza”. Outros 7% afirmam que poderiam votar nele, enquanto segue em 45% o grupo dos que dizem não votar no candidato petista “de jeito nenhum”.
Já Bolsonaro tem 41% de eleitores que dizem votar nele “com certeza” e 7% que afirmam que poderiam votar. O atual presidente, candidato à reeleição, tem um contingente de 49% do eleitorado que indica que não votará nele “de jeito nenhum”.
O Ipespe entrevistou 1.100 pessoas. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, com índice de confiança de 95,45%. A pesquisa foi registrada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código BR-08044/2022.