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SÃO PAULO – O presidente Michel Temer quase sofreu uma ação controlada nos Estados Unidos, de acordo com fontes ouvidas pelo jornal Valor Econômico. Segundo o jornal, autoridades de investigação americanas e brasileiras teriam planejado a operação de forma a obter um flagrante contra o presidente que ocorreria em conversa com o dono da JBS, Joesley Batista, provavelmente na cobertura que ele tem na esquina da Quinta Avenida com a rua 51, em Nova York.
Pelas tratativas, Temer seria gravado – e as negociações entre as autoridades dos dois países estavam consideravelmente avançadas para tanto. Segundo o jornal, a ação só não ocorreu porque Temer não confirmou viagem que faria aos Estados Unidos, em maio.
O presidente foi convidado a participar da entrega do prêmio “Personalidade do Ano”, que é feito pela Câmara Americana de Comércio e teve como homenageado o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). O evento ocorreu na noite de 17 de maio (dia em que o colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim, divulgou a matéria com o conteúdo sobre a conversa entre Joesley e Temer no Jaburu e um dia antes da divulgação da delação).
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O então deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que também foi assessor de Temer no Palácio do Planalto, estava em Nova York no evento em homenagem a Doria e também poderia ser objeto da ação controlada, caso Temer estivesse na cidade e fosse agendado um encontro com Joesley. Uma das razões que levaram o presidente a não ir a Nova York foi justamente a necessidade de aprovar as reformas no Congresso, com o governo concentrando suas atenções na Previdência. Se a ação controlada nos Estados Unidos tivesse ocorrido, o presidente poderia ser processado pelas autoridades do país, fato que dificultaria muito as relações com o Brasil.