Ideb: Lula celebra escolas nota 10 e quer 80% de alfabetizados na idade certa em 2030

De acordo com dados do 1º Relatório de Resultados do Indicador Criança Alfabetizada, 56% das crianças brasileiras alcançaram, em 2023, patamar de alfabetização adequado para o 2º ano do ensino fundamental

Fábio Matos

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, ao lado do ministro da Educação, Camilo Santana (PT) (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, ao lado do ministro da Educação, Camilo Santana (PT) (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, na manhã desta quarta-feira (4), no Palácio do Planalto, de uma cerimônia em homenagem às escolas públicas avaliadas com nota 10 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em 2023.

O Ideb é um indicador criado pelo governo federal para medir a qualidade do ensino nas escolas públicas brasileiras. No ano passado, todas as “escolas notas 10” foram da região Nordeste do país.

Ao discursar no evento, ao lado do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), Lula reiterou o compromisso do governo de atingir o índice de 80% de crianças alfabetizadas na idade certa até 2030. A meta foi definida com governadores e prefeitos de todo o país.

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De acordo com dados do 1º Relatório de Resultados do Indicador Criança Alfabetizada, 56% das crianças brasileiras alcançaram, em 2023, o patamar de alfabetização definido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) para o segundo ano do ensino fundamental.

“Nós fizemos um pacto com governadores e prefeitos para ver se até 2030 a gente pode chegar, no mínimo, a 80% das crianças no segundo ano do ensino fundamental totalmente alfabetizadas”, disse Lula.

“O ideal é que a gente crie um sistema em que a criança levante de manhã tendo desejo, prazer e vontade de ir para a escola. A escola tem de ser um ponto de atração para que as crianças sintam vontade de ir”, defendeu o presidente.

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“Algumas coisas precisam acontecer na vida de uma criança para aprender. Sempre me pergunto: quando uma criança começa a chorar porque não quer ir para a escola, fico me perguntando se a escola está fazendo jus àquela criança”, afirmou.

“Professores têm de estar bem”

Segundo Lula, para que o nível da educação no Brasil melhore, “os professores e as professoras têm de estar bem”. “Por isso, nós criamos um piso salarial. Nós estamos preocupados em garantir o estímulo para que milhões de moças e rapazes queiram ser professores neste país. Temos de olhar as condições de trabalho que têm os professores”, disse.

Lula citou, com pesar, o dado de que cerca de 68 milhões de brasileiros não terminaram o ensino fundamental. “Quanto menos estudo, menos possibilidade de vencer na vida e de viver uma vida melhor”, observou.

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“É investimento, não é gasto”

Como é comum em seus discursos em eventos relacionados a áreas sociais, como educação e saúde, Lula voltou a dizer que proibiu os ministros de utilizarem a palavra “gasto”.

“Eu proibi utilizar a palavra gasto em educação, que não pode ser entendida por quem faz o Orçamento como gasto. Educação é o mais importante investimento que um governo pode fazer”, concluiu Lula.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”