Haddad: Sem reformas e crescimento, tensões vão se acirrar novamente

Ministro volta a defender "harmonização" entre instâncias de poder, mas manifesta otimismo com andamento da agenda econômica do governo

Marcos Mortari

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil).

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta quinta-feira (20), que a retomada do bem-estar social e de resultados fiscais saudáveis para o país depende de reformas econômicas e da volta de um crescimento mais expressivo.

A declaração foi dada no lançamento da Agenda de Reformas Financeiras ciclo 2023-2024, focada em um conjunto de medidas microeconômicas que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende entregar ao Congresso Nacional a partir do ano que vem.

Durante sua fala em evento que marcou a inauguração da agenda no Palácio da Fazenda, no Rio de Janeiro, Haddad destacou o que entende ser um “novo horizonte para a economia brasileira”, desde que as medidas necessárias para atrair investidores nacionais e estrangeiros, consumidores e a população em geral sejam entregues pelo poder público.

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“Não tenhamos ilusões: se não endereçarmos essas reformas e fizermos o país crescer, as tensões logo mais vão se acirrar novamente. E tudo que precisamos agora é nos afastar desse ambiente de acirramento de tensões e voltar para um modelo de desenvolvimento em harmonia entre os Poderes, entre as agências, para conseguirmos vislumbrar um horizonte para o país”, afirmou.

No discurso, Haddad voltou a defender a importância de se “harmonizar” os trabalhos de distintas instâncias de poder, como o Judiciário, o Legislativo e o Executivo, a atuação das agências reguladoras e a construção das políticas fiscal, sob a coordenação do Ministério da Fazenda, e monetária, comandada pelo Banco Central.

“Se cada Poder jogar o seu jogo, se cada agência jogar o seu jogo e não olhar para o vizinho, nós não temos como ir longe”, pontuou.

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“O país está cansado. 2013 a 2022 foram tempos de exasperação. Nós temos que mudar esse tom e fazer essa agenda progredir. E isso não significa uma agenda light, porque é muito difícil fazer o que estamos fazendo. É uma agenda carregada, exaustiva, que exige milhares de horas de reuniões, centenas de pessoas envolvidas. Agora, não é por isso que vamos nos acanhar diante dela. Nós temos que entregar isso”, prosseguiu.

Apesar do alerta, o ministro manifestou otimismo com o andamento da agenda econômica. “Eu sou um otimista. Não é possível fazer política sem ser otimista”, disse.

Ele destacou a aprovação de medidas como o novo arcabouço fiscal e o avanço de matérias como o marco de garantias, a retomada do “voto de qualidade” a favor da União no caso de empate em julgamentos no âmbito do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) e a própria reforma tributária.

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“Aquilo que parecia impensável seis meses atrás hoje se tornou não apenas uma realidade”, disse o ministro. “Tem algum marco fiscal melhor do que o brasileiro neste momento? Estamos falando de gente, de uma série de pessoas que têm opiniões diferentes. E eu pergunto: qual é o país que tem o marco fiscal melhor do que o Brasil hoje?”, questionou.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.