Haddad projeta “virada no interior” e diz que Tarcísio “não confia” na polícia

Segundo o candidato do PT ao governo de São Paulo, há um “temor crescente” da população com as propostas de Tarcísio de Freitas, do Republicanos

Fábio Matos

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O candidato do PT ao governo do estado de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou, nesta quarta-feira (26), que confia em uma “virada” sobre Tarcísio de Freitas (Republicanos) na reta final da eleição. Ele participou de sabatina promovida pela Rádio Eldorado e pelo jornal O Estado de S. Paulo pela manhã.

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Segundo pesquisa Ipec/TV Globo divulgada na terça-feira (25), a diferença entre o ex-ministro da Infraestrutura e o ex-prefeito de São Paulo vem encurtando nos últimos dias. Nos votos totais, Tarcísio aparece com 46% da preferência do eleitorado paulista, ante 43% de Haddad. Nos votos válidos, 52% a 48%, o que configura empate técnico.

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“Eu vejo uma sensação de virada no interior. Tenho recebido relatos de várias cidades do interior, inclusive pequenas e médias, dando conta de que há um temor crescente com as propostas do Tarcísio”, disse Haddad durante a sabatina.

“Acho que a venda da Sabesp é um crime que vai ser cometido contra a economia popular e a retirada de câmera dos uniformes dos policiais causa muita apreensão”, afirmou o candidato do PT.

O ex-prefeito da capital paulista e ex-ministro da Educação chamou Tarcísio de “aventureiro”. “Ele chegou aqui por ordem do Bolsonaro e só está liderando as pesquisas por desinformação. À medida que a informação chega, as pessoas vão revendo seu posicionamento”, disse.

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Segurança pública

O candidato do PT ao Palácio dos Bandeirantes citou o episódio do tiroteio em Paraisópolis (zona sul da capital), no dia 17, que interrompeu uma agenda de campanha de Tarcísio.

Segundo informações publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo, um integrante da campanha do candidato do Republicanos teria pedido a um cinegrafista da Jovem Pan que apagasse o vídeo no qual havia registrado imagens do incidente.

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“O bolsonarismo é um grande risco para a segurança pública porque ele significa a privatização da segurança, e não a publicização. Veja esse episódio de Paraisópolis, em que a equipe de Tarcísio determina a um cinegrafista da imprensa apagar as imagens do tiroteio. Isso é típico de quem não confia na segurança pública, de quem não confia na transparência da apuração de crimes. Isso é um risco muito grande. O meu adversário tem falado que vai retirar a câmara dos uniformes”, criticou Haddad.

O candidato petista afirmou ainda que seu adversário planeja trazer para São Paulo o modelo de segurança pública que, segundo Haddad, fracassou no Rio de Janeiro – Tarcísio é nascido na capital fluminense.

“O Rio não é exemplo de segurança pública para São Paulo. A Polícia Militar do Rio é considerada uma das mais corruptas do país. Nós vamos trazer esse modelo para cá?”, questionou Haddad.

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Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”