Haddad: “Não há razão para o Brasil não crescer igual ou acima da média mundial”

Em um evento do mercado financeiro, ministro da Fazenda demonstra otimismo com a economia brasileira, destaca aprovação da reforma tributária e afirma que "fiscal é importante, mas não é o todo"

Fábio Matos

Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda (Foto: Reprodução/YouTube)
Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda (Foto: Reprodução/YouTube)

Publicidade

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), fez questão de demonstrar otimismo em relação ao desempenho da economia brasileira neste e nos próximos anos, ao participar de um evento promovido pelo BTG Pactual, nesta terça-feira (20).

Segundo o chefe da equipe econômica, as perspectivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país são positivas.

“Não há razão nenhuma para o Brasil não crescer igual ou acima da média mundial, com todo o potencial que a economia brasileira tem”, afirmou Haddad.

Continua depois da publicidade

Segundo o ministro da Fazenda, o crescimento econômico brasileiro precisa ocorrer com responsabilidade fiscal e “qualidade”.

“Tudo tem que ser pensado de forma orgânica para manter a qualidade desse crescimento”, disse. “Está todo mundo se preparado para decolar. Ninguém está deixando de perceber a oportunidade. Agora, é preciso ter zelo para ir calibrando isso”, completou Haddad.

Em sua participação no evento com o mercado financeiro, o ministro projetou a retomada do ciclo de desenvolvimento do país, que, segundo ele, foi interrompido na última década.

Continua depois da publicidade

“Depois de 10 anos crescendo 1% ao ano, podemos abrir um ciclo de crescimento sustentável”, afirmou.

‘Fiscal é importante, mas não é o todo”

De acordo com o ministro da Fazenda, a questão fiscal “precisa ajudar” no crescimento do país. Haddad ponderou, no entanto, que “o fiscal é importante, mas não é o todo”.

O ministro da Fazenda rebateu as incertezas de parte do mercado em relação ao compromisso do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em equacionar o fiscal, reduzindo as despesas. Haddad defendeu a revisão de alguns programas sociais, de modo que seus benefícios, de fato, cheguem a quem precisa.

Continua depois da publicidade

Haddad afirmou, ainda, que a equipe econômica tem apresentado a Lula possibilidades para o ajuste desses programas.

“Não podemos correr o risco de tirar do mercado de trabalho quem pode trabalhar por uma distorção de um programa mal gerenciado”, disse o ministro da Fazenda.

Reforma tributária mudará o país, diz Haddad

Em sua participação no evento, Fernando Haddad destacou a importância da aprovação da reforma tributária pelo Congresso Nacional. O Legislativo vem discutindo os projetos de regulamentação da reforma.

Continua depois da publicidade

“Nós vamos sair do pior sistema tributário do mundo para um dos mais modernos”, projetou Haddad, para quem o impacto positivo da reforma sobre o PIB pode chegar a 20%. “Vai acontecer com o sistema tributário o que aconteceu com o sistema bancário”, disse o ministro.

Haddad também falou sobre possíveis mudanças no Imposto de Renda, em uma segunda etapa da reforma tributária. “A Fazenda já fez o seu trabalho interno e o governo fará a avaliação”, afirmou o ministro.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”