Haddad diz que os US$ 10 bi de investimentos da Arábia no Brasil vão melhorar a competitividade

Ministro da Fazenda também está confiante nas negociações com representantes do Catar: 'É uma boa promessa'

Estadão Conteúdo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), discursa em cerimônia do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), no Palácio Itamaraty (Foto: Diogo Zacarias)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), discursa em cerimônia do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), no Palácio Itamaraty (Foto: Diogo Zacarias)

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Presente na comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Doha, no Catar, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou nesta quinta-feira (30), que os US$ 10 bilhões que a Arábia Saudita vai investir no Brasil irão melhorar a logística e a competitividade da economia.

“Com o Catar, estamos começando uma negociação. Com a Arábia Saudita, já está muito adiantado, e o fundo que o Reino pretende constituir já está em curso. O Catar é uma boa promessa”, avaliou.

Em rápida entrevista no hotel da comitiva brasileira, o ministro destacou os avanços da agenda econômica no Congresso nos últimos dias e disse estar confiante na aprovação das medidas a tempo de seus efeitos garantirem a execução do orçamento de 2024.

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“Ontem (quarta-feira) aprovamos taxação dos chamados ‘super-ricos’, que são offshores e fundos fechados, temos instalação da comissão mista da MP 1185, que corrige uma distorção absurda do nosso sistema tributário, fazendo com que grandes empresas não paguem Imposto de Renda, prejudicando Estados e municípios que deixam de receber fundo de participação. Temos o PL das Apostas, que também está no Senado e deve ser votado projeto de lei na semana que vem. Temos Juros sobre Capital Próprio (JCP) que também está em discussão se será votado neste ano, o que seria ótimo para contas públicas”, listou.

Apesar das críticas de diversos setores à agenda de recuperação da base tributária, Haddad repetiu que a medidas apenas corrigem distorções do sistema tributário. “Tudo isso são correções de distorções dos últimos anos, que minaram a base fiscal do Estado brasileiro. São grupos de interesse que se apropriaram do orçamento público prejudicando a população, Estados, municípios e a própria União – que acaba arcando com esses custos”, argumentou. “Nós vamos trabalhar até o último dia para tudo isso ser aprovado. Temos apoio tanto do presidente da Câmara quanto do Senado”, completou.

Desoneração

Bastante atacado nos últimos dias pelo veto integral à prorrogação da desoneração da folha para 17 setores da economia, o ministro negou que as medidas adotadas pelo governo causem “polêmica”. “Se fosse injusto, Congresso não estaria nem debruçado sobre os temas. Isso foi reconhecido pelos melhores economistas do País. São correções importantes num sistema tributário injusto que faz recair a conta do lado mais fraco da sociedade”, enfatizou.

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Questionado se as medidas apresentadas são suficientes para se alcançar a meta de primário zero em 2024, Haddad voltou a dizer que tem que outros projetos na gaveta para usar em caso de necessidade. “Se não der para alcançar, vamos tomar outras medidas. Nós não podemos parar. Temos que perseguir essa meta obstinadamente, porque o Brasil pode ser o país com melhores condições de investimento sustentável do mundo, tanto do ponto de vista social quanto do ponto de vista ambiental”, concluiu.