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Servidores da rede federal de ensino iniciaram, nesta segunda-feira (15), uma greve geral. A paralisação, comunicada na semana passada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), não tem previsão de término e envolve técnicos e professores de todas as instituições de ensino da União − entre escolas, institutos federais e universidades.
Entre as motivações para a paralisação está a decisão do governo federal pelo não reajuste dos salários da categoria em 2024, além da sinalização da necessidade de um acordo para a aprovação de reajustes salariais nos próximos dois anos − o que foi classificado como “indecoroso e repleto de restrições de direitos” pela entidade sindical.
A proposta do governo, declinada pela categoria, consistia apenas no aumento do auxílio alimentação de R$ 658 para R$ 1000, um reajuste de 51% no valor per capita da Saúde Suplementar (considerando a faixa de idade e renda do servidor) e um acréscimo no valor da assistência pré-escolar, que sairia de R$ 321,00 para R$ 484,90.
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Procurado pela reportagem, o Ministério da Educação informou que “vem envidando todos os esforços para buscar alternativas de valorização dos servidores da educação, atento ao diálogo franco e respeitoso com as categorias”.
Em nota, a pasta comandada por Camilo Santana (PT) destacou ajuste promovido pelo governo de 9% para todos os servidores no ano passado e disse que “equipes pasta vêm participando da mesa nacional de negociação e das mesas específicas de técnicos e docentes instituídas pelo MGI [Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos], e da mesa setorial que trata de condições de trabalho”.
Greve nacional
A paralisação se soma a greve deflagrada no último dia 3 pelo Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), que tem a adesão de 360 unidades de ensino, abrangendo o quadro técnico-administrativo e os docentes da rede federal em pelo menos 23 estados do país.
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Além de uma recomposição salarial que varia de 22,71% a 34,32%, dependendo da categoria, os servidores pedem reestruturação das carreiras da área técnico-administrativa e de docentes; a revogação de “todas as normas que prejudicam a educação federal aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro”; e a recomposição do orçamento e o reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.
Na última sexta-feira (12), o Comando Nacional de Greve do SINASEFE solicitou ao Ministério da Educação (MEC) a abertura de uma mesa de negociação das demandas de greve.