Governo vê ida de Huck no Faustão como ato político da Globo e já espera impacto nas próximas pesquisas

Jornal também aponta que o apresentador global nega que vá se candidatar - exceto talvez em uma situação

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A participação de Luciano Huck no Domingão do Faustão segue gerando muita repercussão. Se o PT já entrou com uma representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra a Globo, Huck e Faustão, de acordo com a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, o Palácio do Planalto avalia que a ida de Huck ao programa dominical foi um “gesto político” da emissora e seria ingênuo acreditar que a direção da emissora não deu aval à programação. Para os aliados de Temer, “do ponto de vista do marketing, a apresentação dele como agente político ali foi muito melhor do que em qualquer programa partidário”. 

A ida de Huck ao programa fez com que a emissora se manifestasse por meio de sua assessoria de imprensa. “A TV Globo cumpre rigorosamente a legislação eleitoral e tem uma política interna sobre eleições ainda mais rigorosa do que a lei. No período que antecede anos eleitorais, conversamos com diversos profissionais do nosso casting para relembrá-los sobre as regras que, entre outras restrições, impedem que contratados da emissora que desejem se candidatar permaneçam no ar em qualquer programa. A TVG reitera que não apoia qualquer candidato e que se limitará a realizar a cobertura jornalística das eleições de 2018, seguindo as regras de seus princípios editoriais.”

Contudo, aponta a coluna, a argumentação não convenceu o universo político. Auxiliares do presidente apostam, inclusive, que o impacto social da entrevista com Huck será apontado com clareza nas próximas pesquisas de intenção de voto para o Planalto. A coluna ressalta que duas frases de efeito usadas por Huck no Faustão foram publicadas nas redes sociais do Agora!, grupo encabeçado por ele: “Não existe salvador da pátria na política” e “Construímos muitos muros e poucas pontes”. 

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O jornal também ressalta, em outra reportagem, que Huck disse a pessoas próximas que continua fora da disputa pelo Planalto -exceto talvez em uma situação. O apresentador pode mudar de ideia se houver uma combinação na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteja impedido de forma definitiva de concorrer e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) patine na casa dos 10% de intenções de votos. O prazo para decidir sobre o assunto é abril, quando Huck precisa se filiar a algum partido para poder concorrer no pleito de outubro.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.