Governo tem de ir “muito forte para cima” de incêndios criminosos, diz Arthur Lira

Com a volta do forte calor em São Paulo nos últimos dias, a Defesa Civil do estado emitiu um sinal de alerta para queimadas neste fim de semana. Neste momento, há pelo menos 5 municípios paulistas com focos de incêndio

Fábio Matos

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados (Foto: Reprodução)
Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados (Foto: Reprodução)

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que vê com grande preocupação o avanço recente dos incêndios e queimadas em estados como São Paulo e Minas Gerais, além de biomas como Pantanal e Amazônia.

Em entrevista coletiva, neste sábado (31), após participar de painel no segundo dia da Expert XP, em São Paulo (SP), Lira defendeu a atuação firme do governo federal no combate a eventuais incêndios criminosos nessas e em outras regiões do Brasil.

Com a volta do forte calor em São Paulo nos últimos dias, a Defesa Civil do estado emitiu um sinal de alerta para queimadas neste fim de semana. Neste momento, há pelo menos cinco municípios paulistas com focos ativos de incêndio, localizados nas regiões de Franca (SP), Ribeirão Preto (SP) e São José do Rio Preto (SP). Onze pessoas já foram presas no estado por suspeita de terem iniciado queimadas de forma criminosa.

“O que nós temos de verificar com muita atenção é o que é natural do período, de causa e efeito desse período seco, e o que é criminoso. [Se for] Criminoso, o governo brasileiro e todas as instituições têm que ir muito forte para cima disso”, afirmou o presidente da Câmara.

“Há, inclusive, suspeitas, em São Paulo e talvez em Minas Gerais, de incêndios provocados criminosamente para confundir ou dar prejuízo ao país de forma inquestionável”, prosseguiu Arthur Lira.

Mudanças climáticas

Na entrevista, o deputado chamou atenção para o fenômeno das mudanças climáticas, que atingem não apenas o Brasil, mas todo o mundo.

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“Eu penso que o Brasil, nessa correlação de forças com o mundo, é dos países que mais cuidam disso. Agora, nós temos um problema climático momentâneo presente, que é o efeito La Niña”, disse Lira. “Quando nós temos o El Niño, é chuva no Sudeste, chuva no Sul, chuva no Centro-Oeste e seca no Nordeste. Já passamos por um período de seis, sete anos de seca extrema. E sabemos na pele o que é isso.”

“Agora, no La Niña a questão se inverte. Então, nós temos seca no Centro-Oeste, seca no Norte, seca no Sudeste, seca no Sul e chuva no Nordeste. Houve uma inversão desses períodos. E como nós estamos com alguns estados em um longo período de estiagem, os incêndios acontecem nesse período”, observou.

Lira destacou o papel do Congresso Nacional no combate aos efeitos deletérios da mudança do clima.

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“Nós temos um problema climático, e a Câmara tem feito votações que se preocupam muito com a produção de, por exemplo, energia limpa renovável e energia que cause menos impacto para todos nós, do mundo. Então, quando você produzir mais com menos poluição, melhor”, concluiu.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”