Governo descumpre regra para extinção de cargos na Telebras para agradar Centrão

Ministério da Gestão diz que reformulação não foi cancelada, mas adiada para o pŕoximo ano

Felipe Moreira

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O Ministério da Gestão autorizou a Telebras (TELB4), estatal de telecomunicações, a descumprir uma determinação de corte de 56 para 31 no número de cargos de indicação política até julho deste ano, segundo reportagem do jornal Estadão.

As remunerações mensais destes cargos, que abrigam figuras do centrão, podem chegar a R$ 30 mil. É o caso, por exemplo, do sobrinho do ministro do Turismo, Celso Sabino, que é gerente de um escritório regional da estatal em Belém (PA), reduto da família.

De acordo com a reportagem, a pasta disse que a reformulação não foi cancelada, mas adiada para o pŕoximo ano, enquanto a empresa elabora um novo plano de funções condizente com as necessidades de viabilização operacional da empresa e ampliação de áreas de atuação. A Telebras, por sua vez, disse que o pedido faz parte de uma reestruturação estratégica.

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Não é a primeira vez que o governo Lula estende o prazo para o corte dos comissionados. Um dos argumentos usados pela empresa e acatados em parecer da  Secretaria de Coordenação e Governança das Estatais (SEST), vinculada ao Ministério da Gestão, é o de que, desde a edição da norma, a estatal incorporou novas atribuições e, por isso, precisa contratar profissionais com perfis e conhecimentos técnicos muito específicos. As nomeações, porém, indicam o contrário, de acordo com o jornal.

Além de Celso Sabino Sobrinho, foram empregados amigos, parentes e outras pessoas ligadas ao União Brasil, partido do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que comanda a estatal.