Publicidade
O governo federal oficializou a redução de 35% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre produtos não fabricados na Zona Franca de Manaus (ZFM). A medida foi publicada na sexta-feira (29), em edição extra do Diário Oficial da União.
O texto também amplia a redução do IPI sobre automóveis, de 18% para 24,75%. “A elevação desse porcentual equipara a redução do imposto para o setor automotivo à concedida aos demais produtos industrializados”, diz o Ministério da Economia.
O corte de impostos deve ter efeito sobre 4 mil produtos não fabricados na Zona Franca (onde são produzidos eletrodomésticos, veículos, motocicletas, bicicletas, TVs, celulares, aparelhos de ar-condicionado e computadores, entre outros itens).
Continua depois da publicidade
O Ministério da Economia afirma que o novo decreto preserva a competitividade dos itens feitos na Zona Franca e que o texto endereça um tratamento específico para preservar “praticamente toda a produção efetiva da ZFM, levando em consideração os processos produtivos básicos”.
Mas a medida já provocou reação na indústria de Manaus. Após a sua publicação, o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) disse que identificou pontos que podem trazer prejuízos a alguns segmentos do polo industrial. A entidade não detalhou os pontos, mas disse que pediu às equipes técnicas para realizar uma análise aprofundada.
Disputa judicial
O governo federal optou pelo novo decreto para tentar resolver um imbróglio jurídico e político envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF). Em fevereiro, o Poder Executivo fez uma primeira redução do IPI, de 25% para todos os produtos (exceto cigarros).
Continua depois da publicidade
À época, representantes e políticos ligados à Zona Franca de Manaus reclamaram que, como os produtos feitos no local são livres do imposto, houve perda de competitividade com a redução da tributação no restante do país.
Em abril, o governo já havia ampliado o corte em mais 10 pontos porcentuais, deixando de fora da redução adicional produtos que são feitos também na Zona Franca. Mas em maio o ministro Alexandre de Moraes suspendeu esse segundo decreto, atendendo a um pedido do partido Solidariedade.
Na ação, o partido argumentou que a redução afetaria o desenvolvimento da região e a preservação ambiental. O Ministério da Economia afirma que o novo decreto cumpre a decisão de Moraes de preservar a competitividade dos produtos produzidos na ZFM.
Continua depois da publicidade
Crescimento do PIB
O ministério doz também que o decreto beneficia produtos nacionais e importados, além de causar reflexo positivo no Produto Interno Bruto (PIB), com a redução do custo Brasil e maior segurança jurídica. “Espera-se ampliar a competitividade da indústria, com menos impostos e aumento da produção”.
O IPI é um imposto federal que incide sobre cerca de 4 mil itens nacionais e importados que passaram por algum processo de industrialização (beneficiamento, transformação, montagem, acondicionamento ou restauração).
Com caráter extrafiscal (tributo regulatório), o IPI pode ser usado para fomentar um setor econômico por meio de isenção ou redução das alíquotas, para que mais produtos produzidos pelo setor sejam vendidos.
Continua depois da publicidade
(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)
Procurando uma boa oportunidade de compra? Estrategista da XP revela 6 ações baratas para comprar hoje.