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Em meio à pressão do Partido dos Trabalhadores (PT) e uma disputa dentro do próprio governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos bastidores, o economista Márcio Pochmann vai assumir o comando do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A informação foi confirmada nesta quarta-feira (26) pelo ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta (PT), que disse que a escolha não encontrou resistências dentro do governo. A data da posse ainda não foi definida, mas deverá ocorrer em agosto.
Pochmann é economista com graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1984), pós-graduação em Ciências Políticas pela Associação de Ensino Superior do Distrito Federal, doutorado em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (1993) e concursos de pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (1989), de professor (1994), Livre Docente (2000) e Titular (2014) pela Unicamp.
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Foi presidente da Fundação Perseu Abramo (instituição ligada ao PT) de 2012 a 2020, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre 2007 e 2012, e secretário municipal de São Paulo de 2001 a 2004. Concorreu duas vezes a prefeitura de Campinas (2012 e 2016). Nas eleições de 2018, foi um dos formuladores do programa de governo de Lula. Recentemente presidia o Instituto Lula.
Ele vai assumir a vaga de Cimar Azeredo, que comandava interinamente o órgão e conduziu a entrega dos primeiros resultados do Censo 2022, em junho.
Nos bastidores, o nome de Pochmann gerava preocupação entre integrantes do Ministério do Planejamento e Orçamento ‒ pasta comandada por Simone Tebet (MDB).
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Há uma avaliação de que a escolha é política e que o indicado não tem especialidade em demografia e estatística para ocupar o cargo, além do perfil heterodoxo na economia. Sob a condição de anonimato, uma fonte classificou a notícia como uma “derrota” para a pasta e acha difícil a possibilidade de reversão.
A notícia representa uma vitória de integrantes do Partido dos Trabalhadores, que insistiam pela indicação, e acende um sinal de alerta no Planejamento, por representar uma ingerência sobre as escolhas que Tebet vinha fazendo para sua equipe, e ocorre em um momento ainda sensível para o IBGE, que ainda organiza os resultados do Censo 2022.
Ontem (25), em entrevista à rádio CBN, Tebet chegou a dizer que o assunto do comando do IBGE não havia sido colocado à sua mesa. “Neste momento, não estamos discutindo mudança de nome. Não chegou nada em relação a qualquer tipo de pedido e não estamos discutindo nomes no IBGE”, disse.