Governador do RJ quer usar FNDR, da tributária, para abater parte de dívida com União

Pelo projeto de renegociação de dívida dos Estados, governos estaduais poderão quitar parte da dívida com a cessão de parte ou da integralidade do fluxo de recebíveis do Estado junto ao FNDR

Estadão Conteúdo

Cláudio Castro (PL), governador do Rio de Janeiro (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Cláudio Castro (PL), governador do Rio de Janeiro (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Publicidade

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), disse na noite desta terça-feira, 17, que o estado deve usar o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR), criado pela reforma tributária, para abater uma parcela da dívida do estado com a União. Pelo projeto de renegociação de dívida dos estados aprovado mais cedo pelo Senado, encaminhado à sanção presidencial, os governos estaduais poderão quitar parte da dívida com a cessão de parte ou da integralidade do fluxo de recebíveis do estado junto ao FNDR.

O maior objetivo da proposta é permitir que estados endividados entrem no chamado Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), contando com uma redução do indexador das dívidas com a União (até 2%), com prazo de 30 anos para pagamento. Hoje, os valores são corrigidos pela inflação mais uma taxa real de 4%.

Se abater 20% da dívida, o estado conseguirá condições mais vantajosas na renegociação da dívida. Pelo programa aprovado hoje, para ter a maior redução (0%), o estado pode optar por três combinações: Abater 20% de sua dívida com, por exemplo, o repasse do FNDR, fazer aporte ao fundo de equalização dos estados correspondente a 1% de juros e fazer investimentos próprios também de 1%. Ele pode também promover redução extraordinária de 10% da dívida, aporte ao fundo de 1,5% e investimentos próprios de 1,5%; e, por fim, fazer aporte ao fundo de 2% e investimentos próprios de 2%.

“Se não chegar a pelo menos 1,5% (fora a correção pelo IPCA), dificilmente para nós a adesão será viável”, disse Castro. Entre outros caminhos para abater a dívida Castro citou o repasse de imóveis à União, créditos, um acerto de contas com a Petrobras e também a cessão de recebíveis originados da compensação financeira advinda da exploração de petróleo – essa, por sua vez foi listada como uma última opção pelo governador.