Ganhador de leilão de arroz da Conab diz que acelerará importação; rechaça suspeitas

A Wisley, com sede no Amapá, afirmou em nota no final de semana que tem mais de 17 anos de experiência no comércio atacadista de alimentos

Reuters

Punhado de arroz
(REUTERS/Andrew Biraj)
Punhado de arroz (REUTERS/Andrew Biraj)

Publicidade

SÃO PAULO – A empresa Wisley A de Sousa Ltda, que foi a maior arrematante de lotes de arroz importado em leilão público na semana passada, afirmou que “está disposta a acelerar a importação” do produto para amenizar o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul.
A Wisley, com sede no Amapá, afirmou em nota no final de semana que tem mais de 17 anos de experiência no comércio atacadista de alimentos e lamentou informações que colocaram em dúvida a capacidade da companhia de realizar a importação.
O atípico leilão de arroz importado realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) teve o objetivo de ampliar a oferta, após o Rio Grande do Sul ter sido atingido pelas enchentes, gerando especulações sobre o suprimento do produto embora a colheita já estivesse quase concluída quando ocorreram as inundações.

Seja um dos primeiros a garantir ingressos para a NFL no Brasil com a XP. Pré-venda exclusiva com Cartão XP, aprovado em 24h!
A companhia de Macapá arrematou o direito de vender 147,3 mil toneladas de arroz importado. Ao todo, a Conab viu arrematantes se comprometerem a venda de 263,37 mil toneladas do produto, em uma operação de 1,3 bilhão de reais.
A parte da Wisley deverá envolver mais de 700 milhões de reais.
A empresa disse em nota que “assumiu este compromisso ciente de que a importação é necessária para reduzir o preço final ao consumidor de um produto essencial na alimentação dos brasileiros”.
Segundo a nota, a Wisley tem “solidez” e experiência no comércio atacadista, na armazenagem e na distribuição em todo Brasil de produtos alimentícios, com um faturamento mais de 60 milhões de reais no ano passado.
“Resultado que vem crescendo ano após ano, com a ampliação do leque de marcas alimentícias que a empresa representa e distribui no Norte do país, região que apresenta a maior complexidade de logística do Brasil”, disse.
A empresa lamentou que “grupos com interesses contrariados estejam tentando afetar sua imagem e deturpar a realidade num momento em que é essencial o país encontrar formas de assegurar o abastecimento de arroz para a população”.
Além Wisley, foram vencedores no leilão a Zafira Trading, a ASR Locação de Veículos e Máquinas e a Icefruit Indústria e Comércio de Alimentos, que por não atuarem no mercado de arroz foram questionadas pelo setor.
A Zafira Trading, que foi a segunda maior arrematante no leilão, com 73,8 mil toneladas, ou 28% do total negociado, afirmou que entrou no certame visando expandir suas operações nas importações de alimentos. As outras duas companhias não se manifestaram.
Pelas regras da Conab, as empresas participantes devem depositar, até a próxima quinta-feira, garantia equivalente a 5% do valor total da operação, para que sua atuação no leilão seja confirmada. Se a empresa não apresentar a garantia no prazo estipulado, é aplicada multa de 10% sobre o valor da operação e cancelada a negociação.
Segundo a Conab, as bolsas de mercadorias devem se responsabilizar pelas propostas de seus clientes nos leilões estatais, e cabe a essas instituições analisar a capacidade de pagamento.
A Conab afirmou ainda, no sábado, que vai convocar as bolsas de mercadorias e cereais para apresentar comprovações de capacidade técnica e financeira das empresas que representaram.
“A transparência e a segurança jurídica são princípios inegociáveis e a Conab está atenta para garantir segurança jurídica e solidez nessa grande operação”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto.