Funcionários do X foram ameaçados de prisão, diz Musk a deputado bolsonarista

Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), respondeu mensagem do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

Fábio Matos

(Foto: Dan Kitwood/Getty Images)
(Foto: Dan Kitwood/Getty Images)

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Além de subir o tom contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), afirmou, em mensagens publicadas na rede social na noite de segunda-feira (8), que funcionários da big tech receberam ameaças de prisão no Brasil.

As afirmações de Musk foram feitas em resposta ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Escrevendo em inglês, Nikolas repercutiu mensagem anterior de Musk na qual o bilionário acusa Moraes de colocado “o dedo na balança para eleger Lula” em 2022.

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“Elon disse que Alexandre está com Lula na coleira e que colocou o dedo na balança para elegê-lo. Como membro do Congresso brasileiro e representando milhões de pessoas, peço que nos dê mais informações. Isso será crucial para o futuro do nosso país”, cobrou o parlamentar, que preside a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.

Em resposta a Nikolas, Musk escreveu: “Precisamos levar nossos funcionários no Brasil para um local seguro ou que não estejam em posição de responsabilidade”. O dono do X, então, prometeu que a plataforma fornecerá todas as informações.

Em outra mensagem, novamente sem apresentar provas, Musk escreveu que os funcionários do X “foram informados de que seriam presos”.

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Moraes assumiu a presidência do TSE em agosto de 2022, a dois meses da eleição presidencial daquele ano, e está no comando da corte até agora. O ministro comandou o órgão durante o último processo eleitoral, cuja lisura sempre foi contestada por Bolsonaro e aliados – sem terem apresentado qualquer prova de fraude.

Moraes também é o relator, no STF, do inquérito que apura a disseminação de fake news nas redes sociais e supostos ataques contra a democracia. O magistrado suspendeu e excluiu diversas contas no X, medida que é criticada por Musk e classificada por aliados de Bolsonaro como “censura prévia”.

Na segunda-feira, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota em apoio ao seu colega de tribunal. No comunicado, o magistrado não cita o nome de Musk nem menciona o X, mas afirma que todas as empresas que atuam no Brasil estão sujeitas às leis nacionais.

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Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”