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SÃO PAULO – A formação do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro, ganhou impulso na área econômica nos últimos dias, com a divulgação dos novos nomes para o Banco Central e para a Petrobras (PETR3;PETR4). A próxima questão a ser acompanhada de perto pelo mercado é a nomeação do novo ministro de Minas e Energia, que deve ser definida nesta semana.
O MME conta com uma das agendas mais emblemáticas para o governo nos próximos anos, uma vez que é responsável pelo megaleilão do óleo excedente do pré-sal, além de definir o andamento do processo de privatização da Eletrobras (ELET3;ELET6) e o futuro da Petrobras.
Um dos nomes mais cotados e que angaria simpatia do mercado é o de Paulo Pedrosa. Contudo, ele enfrenta uma forte resistência no campo político, o que acabou deflagrando uma verdadeira disputa ao cargo.
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Engenheiro mecânico formado pela Universidade de Brasília, Pedrosa foi conselheiro do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), da Equatorial Energia, da Cemar e da Light.
Ex-secretário executivo do Ministério entre maio de 2016 e abril de 2018, Pedrosa teve uma gestão marcada pela licitação das concessões de três usinas pertencentes à Cemig (CMIG4), o que acabou gerando rusgas com a bancada mineira no Congresso.
Esse é apenas um dos pontos de resistência do mundo político contra Pedrosa, que foi entusiasta da privatização da Eletrobras durante o seu período no governo de Michel Temer e mostrou oposição à política de subsídios. Desta forma, a perspectiva de privatização de Furnas e de distribuidoras do Amazonas, por exemplo, acabou gerando resistência dos políticos tradicionais e caciques regionais.
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Pedrosa chegou a ser cotado para substituir Fernando Coelho Filho no comando do ministério no início deste ano e a sua saída do cargo acabou gerando dúvidas sobre a privatização da Eletrobras, que mais uma vez foi colocada em xeque em meio às declarações de Bolsonaro contra a venda do controle da estatal de energia para o setor privado.
O ex-secretário costuma ser associado a uma agenda de desregulamentação e aumento da competição no segmento. A interlocutores, já disse ser favorável à quebra dos monopólios da Petrobras, como o de refino, de forma a fazer com que a empresa continue estatal, mas competindo num ambiente de livre mercado.
No governo, Pedrosa costumava se alinhar com a avaliação do secretário do Tesouro Nacional (mantido no cargo), Mansueto Almeida, de que sem a privatização da Eletrobras, o novo governo precisará cortar R$ 12 bilhões do Orçamento de 2019, dado que tais recursos são considerados na proposta de receitas e despesas realizada pela administração atual. Além disso, a privatização é vista como “ganha-ganha”, uma vez que o governo federal não dispõem de recursos para aplicar no setor
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Nos últimos dias, Pedrosa conversou com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, com o vice-presidente eleito Hamilton Mourão. Ele é considerado o favorito para o cargo.
Outro nome cotado recentemente para o ministério foi o do diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), Adriano Pires, que recentemente se aproximou do atual ministro de Minas e Energia, Moreira Franco. Pires tem defendido medidas anunciadas recentemente por Moreira Franco, como o vale-gás, que criaria um subsídio de 50% no preço do botijão.
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