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O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, e o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), estiveram em voos da Força Aérea Brasileira (FAB) solicitados pela pasta, em maio deste ano. A informação foi revelada pela coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo na noite de domingo (11).
Antes de assumir o cargo no BC, Galípolo era secretário-executivo do Ministério da Fazenda – o número 2 de Haddad na pasta. Ele é apontado como o principal candidato à sucessão do atual chefe da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra em 31 de dezembro.
Cristiano Zanin, por sua vez, foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir uma cadeira no STF – ele tomou posse em agosto do ano passado e substituiu o ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou da Corte, depois de passar 580 dias preso em Curitiba (PR).
Zanin foi advogado de Lula em todos os processos relacionados ao hoje presidente da República no âmbito da Operação Lava Jato. Com Zanin à frente da defesa de Lula, o petista teve todas as suas condenações anuladas pela Justiça e se reabilitou politicamente.
O atual ministro do Supremo também é o relator de uma ação no tribunal que discute a constitucionalidade da lei da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e de prefeituras de cidades com até 156 mil habitantes. O caso interessa diretamente ao governo federal e, sobretudo, ao Ministério da Fazenda comandado por Haddad.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o voo que levou Galípolo contava com 7 passageiros e decolou no dia 28 de maio, de Brasília, com destino ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP). Além de Galípolo, estavam a bordo Haddad, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, e assessores.
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Zanin, por sua vez, esteve em um voo, solicitado pelo ministério de Haddad, que saiu de Congonhas, na capital paulista, no dia 20 de maio, com destino a Brasília. Além do ministro do STF, estavam a bordo a ministra Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento; o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy; o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa; a secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad (esposa de Haddad), além de assessores do ministro da Fazenda, da Presidência e do Supremo.
Por meio de nota, o Ministério da Fazenda alegou que, “conforme contido no Art. 7º, do Decreto nº 10.267, de 5 de março de 2020, que dispõe sobre o transporte aéreo de autoridades em aeronaves do Comando da Aeronáutica, informamos que as vagas remanescentes podem ser ocupadas por qualquer cidadão.”
“Assim, as solicitações para vagas ociosas são preenchidas de acordo com a disponibilidade, no caso do ministério não preencher todas as vagas. Neste caso, sendo dois funcionários públicos, o preenchimento da aeronave ainda repercute em economia aos cofres públicos”, diz a pasta. O STF e o BC não se manifestaram.