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A defesa de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes, disse à Reuters que seu cliente negou à Polícia Federal ter vazado mensagens em que ele e auxiliares do magistrado tratam, de forma não oficial, de pedidos de produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para embasar decisões de Moraes contra bolsonaristas, publicadas pela Folha de S.Paulo.
O advogado Eduardo Kuntz, que representa Tagliaferro, disse que ele confirmou em depoimento à PF nesta quinta-feira (22) o teor das mensagens noticiadas pelo jornal.
Tagliaferro chefiou um órgão do TSE de combate à desinformação na época em que Moraes presidiu a corte eleitoral. Ele deixou o cargo ano passado após ter sido preso em um episódio de violência doméstica e disparo, segundo se noticiou na ocasião.
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Moraes determinou a abertura de inquérito para apurar o eventual vazamento dessas mensagens, segundo uma fonte do STF, acrescentando que a apuração corre sob sigilo.
A fonte do Supremo informou que Moraes decidiu abrir esse inquérito para apurar o vazamento das mensagens que, em tese, teriam por objeto obstruir os trabalhos da Justiça.
Procurada para um pedido de comentário, a assessoria do STF disse que não vai se manifestar por enquanto.
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Na semana passada, o próprio magistrado, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, outros ministros e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defenderam a atuação de Moraes na condução de inquéritos após a revelação das mensagens pela Folha.