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Depois de dois blocos em tom ameno, sem confrontos mais duros entre os candidatos, o clima esquentou no terceiro bloco do debate desta quinta-feira (3), na TV Globo, envolvendo os postulantes à prefeitura de São Paulo (SP).
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) disse que Pablo Marçal (PRTB) estaria querendo “posar de bonzinho”, mas, na verdade, seria um “lobo em pele de cordeiro”.
“Marçal tumultuou a eleição toda e agora quer posar de bonzinho. É o lobo em pele de cordeiro. O Marçal acusar alguém de extremista é igual a Suzane Von Richthofen acusar alguém de assassinato”, ironizou Boulos.
O candidato do PSOL comparou Marçal ao ex-prefeito e ex-governador de São Paulo João Doria (sem partido), eleito em 2016 para a prefeitura da capital com um discurso “antipolítica”, vestindo o figurino de “outsider”.
O coordenador da campanha de Marçal, Filipe Sabará, fez parte da gestão de Doria na prefeitura.
“Por acaso, ele [Sabará] é filho do Doria? O Doria pariu ele?”, rebateu Marçal. “Você [Boulos] é um socialista de iPhone que recebeu R$ 30 milhões do fundo eleitoral”, completou.
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Na sequência, Boulos respondeu dizendo que “o lobo” estaria “aparecendo na pele de cordeiro”.
“Agora o lobo está aparecendo na pele de cordeiro. Ele juntou o time do Doria com ele”, afirmou. “Outra coisa que queria te perguntar. Ficou claro seu desprezo pelas mulheres. Eu vi um vídeo seu dizendo que as mulheres teriam o crânio menor que o dos homens. Por que você odeia tanto as mulheres?”, disparou Boulos.
Marçal não escondeu a irritação na resposta e deixou de lado a postura mais moderada dos primeiros blocos do debate.
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“Isso é um papinho de um esquerdopata maluco, como você. Sou casado com uma mulher. Quem não gosta de mulher é alguém aqui que tem B.O. por agressão de violência doméstica. Quer colocar na minha conta? Não caia nessas falácias de Guilherme Boulos. Ele já foi preso.”
Marçal associa Boulos a extremismo
Antes do embate direto com Boulos, em interação com José Luiz Datena (PSDB), Marçal avançou contra o deputado em uma tentativa de associá-lo à imagem de candidato extremista. E indicou que todos os seus adversários seriam progressistas (menos ele): Datena e Nunes seriam de “centro-esquerda”, e Tabata, de esquerda, na sua avaliação.
“Você acha que o extremismo de extrema-esquerda pode governar São Paulo? (…) Você acha que é possível alguém de extrema-esquerda?”, questionou. Datena foi categórico em sua resposta: “Mas de jeito nenhum. O que está nos extremos é horrível”.
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“Há gente boa na esquerda e na direita. Não sou contra a esquerda que o Lula defende, não sou contra a direita que o Bolsonaro defende. Mas o que está nos extremos só tem coisa ruim”, prosseguiu o candidato tucano.
Em sua réplica, Marçal aproveitou embate de Tabata Amaral (PSB) com Boulos ocorrido no bloco anterior em que a deputada questionou mudanças de posição de seu colega de Congresso Nacional em assuntos sensíveis para o eleitorado. “Todas as posições estão sendo mudadas para ver se convence você”, afirmou o influenciador.
Outro ponto aproveitado por Marçal foi a aliança entre Boulos e Marta Suplicy (PT), que deixou a Secretaria de Relações Internacionais da prefeitura de São Paulo na própria gestão de Ricardo Nunes para ser vice na campanha do parlamentar de esquerda.
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“Pense comigo: um corintiano contratando um palmeirense para a torcida organizada. Foi o que Boulos fez tirando a Marta, que era secretária do Ricardo Nunes”, afirmou.
“E você que está iludido votando no Ricardo Nunes não sabe: todo seu secretariado praticamente é de esquerda”, emendou.
Por fim, Marçal lembrou o episódio em que foi reproduzido o hino nacional em linguagem neutra durante ato de campanha de Boulos. E concluiu: “O extremismo não pode governar São Paulo. São Paulo é uma cidade conservadora. Eu sou cristão.”