“Escala 6×1 é desumana”, diz senador bolsonarista sobre PEC de deputada do PSOL

O senador Cleitinho (Republicanos-MG), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), criticou a jornada de trabalho conhecida como "6x1" (seis dias de trabalho para um de descanso) e defendeu mudanças

Equipe InfoMoney

Publicidade

Em pronunciamento, nesta terça-feira (12), o senador Cleitinho (Republicanos-MG), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), criticou a jornada de trabalho conhecida como “6×1” (seis dias de trabalho para um de descanso) e defendeu a necessidade de mudanças que beneficiem os trabalhadores. 

O tema está em debate na Câmara dos Deputados, onde os parlamentares estão recolhendo assinaturas para apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com o objetivo de mudar a escala de trabalho no Brasil. O texto é de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP)

O parlamentar destacou sua experiência pessoal e familiar com essa escala, argumentando que ela prejudica a qualidade de vida dos trabalhadores e impede que eles possam aproveitar momentos com suas famílias.

Continua depois da publicidade

“Eu vi meu pai, que morreu agora neste ano, com 70 anos de idade, fazendo a escala 7×0. Sempre trabalhou, até não foi 6×0, foi 7×0. E sabe o que aconteceu? O meu pai, sempre que chegava em casa, já se deitava para dormir, para acordar no outro dia para trabalhar. O meu pai não ia aos jogos de futebol quando eu jogava bola. O meu pai não foi às apresentações que eu fiz quando eu era cantor; nunca ia. O meu pai não parava um dia para ele poder me ensinar a estudar. Sabe por quê? Não fazia, não é porque ele não queria, não. É porque ele não tinha tempo; é porque sempre trabalhou”, relatou o senador. 

Cleitinho também mencionou que, apesar das reformas previdenciária e trabalhista já aprovadas pelo Congresso Nacional, falta uma medida que realmente beneficie os trabalhadores. Ele defendeu um equilíbrio entre os interesses dos empresários e dos empregados.

“E não caiam nessa ladainha de falar que o país está quebrado. Eu nunca acreditei que o país estava quebrado. O país nunca esteve quebrado. Antes de eu me entender por gente, desde quando eu me entendo por gente, este país sempre foi roubado”, afirmou. 

Continua depois da publicidade

“Gente, este país sempre foi roubado e até hoje é roubado! Se este país até hoje não foi quebrado, não vai ser uma escala – diminuí-la para 5×2 – que vai acabar com este país não, gente! Que fique claro aqui: vamos fazer isso em conjunto, vamos trabalhar para poder valorizar tanto o empresário quanto o trabalhador! Isso é equilíbrio, a balança tem que estar igual, nem o empresário é ‘malvadão’, muito menos o trabalhador é escravo”, complementou. 

O senador concluiu seu discurso pedindo que o Congresso discuta medidas concretas para melhorar as condições de trabalho no país e criticou a classe política por não agir em favor dos trabalhadores.

(Com Agência Senado)

ACESSO GRATUITO

CARTEIRA DE BONDS