Entorno de Haddad concorda com Campos Neto sobre antecipar nome para BC, diz jornal

O nome de Gabriel Galípolo é fortemente cotado pelo mercado para assumir o BC a partir de 2025; dúvida está no momento da indicação

Equipe InfoMoney

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Pessoas do entorno do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendem a visão de que a indicação do novo presidente do Banco Central seja realizada meses antes do fim do mandato de Roberto Campos Neto, que termina em 31 de dezembro de 2024, afirma reportagem do jornal Folha de S. Paulo deste domingo (21).

Quem aventou primeiro antecipar a indicação foi o próprio Campos Neto, segundo a coluna de Lauro Jardim, em O Globo. Segundo o colunista, a indicação de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do BC, será realizada em agosto.

De acordo com a Folha de S. Paulo, a equipe econômica concorda com a ideia porque enxerga o momento como uma espécie de segunda transição no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, e considera que adiantar a indicação poderia dar sinalizações sobre o futuro da política monetária e ajudar a reduzir o custo da sucessão no BC.

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A falta dessa sinalização seria um dos combustíveis para o aumento do temor do mercado por um um BC menos disposto a combater a inflação a partir do ano que vem, o que estaria contribuindo para a piora das projeções de inflação, para a alta da curva de juros e para a deterioração do câmbio.

Diante da incerteza que paira entre agentes de mercado, um auxiliar de Haddad avalia, segundo o jornal, que o custo dessa segunda transição estaria contribuindo, hoje, com cerca de R$ 0,15 na cotação do dólar, que fechou a R$ 5,604 na sexta-feira (19).

O nome de Galípolo já era fortemente cotado pelo mercado para assumir o BC a partir de 2025. Em maio, um levantamento feito pelo InfoMoney com consultorias e analistas apontou que 91% dos respondentes apostavam no nome de Galípolo como futuro presidente do BC. Na segunda opção aparecia Paulo Picchetti, que tomou posse como diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos no início do ano, com 9%.

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Naquele momento, o timing já era uma preocupação para os agentes de mercado. Para a maioria (73%), a indicação deveria ser formalizada a partir de outubro. Outros 27% apostavam em uma antecipação do anúncio para o terceiro trimestre.