Entenda a ‘guerra dos bonés’ entre governo e oposição no retorno do Congresso

Ideia partiu do novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom)

Estadão Conteúdo

Alexandre Padilha, ministro de relações institucionais do governo, usa boné azul no Congresso (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
Alexandre Padilha, ministro de relações institucionais do governo, usa boné azul no Congresso (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

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O início do ano legislativo no Congresso Nacional foi marcado por uma disputa entre a base governista e pela oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O embate não foi entre propostas e sim entre bonés, inspirados nos utilizados pelos apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e que se transformaram em instrumentos de provocação entre os parlamentares nesta segunda, 3.

Neste sábado, 1°, os ministros licenciados do governo Lula que possuem mandatos no Congresso Nacional apareceram com bonés azuis (cor relacionada ao Partido Democrata, opositor de Trump nos EUA) com os dizeres “O Brasil é dos brasileiros”. Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a ideia partiu do novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), o marqueteiro Sidônio Palmeira. “Pedi para o Sidônio pensar uma frase, Sidônio mandou a frase. Foi um sucesso”, disse Padilha no sábado.

Segundo a assessoria de Padilha, já foram confeccionados 100 bonés, das mais variadas cores, distribuídos para os parlamentares governistas. Nesta segunda, 3, deputados do PSOL e do PT, por exemplo, estiveram com peças fabricadas em verde e amarelo, cor da bandeira brasileira.

A referência utilizada por Sidônio é o lema de Trump “Make America Great Again (Torne a América Grande de Novo, na tradução), adotado nas campanhas de Trump. Tanto o republicano como os seus apoiadores adotaram bonés com o mesmo estilo das fabricadas pelos aliados de Lula.

Nesta segunda, a oposição decidiu usar o vestuário para responder à base governista. O novo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), fabricou 30 bonés em verde e amarelo com a frase: “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026”. A provocação não parou por aí, também houve paródias com uma marca famosa de café chamada na peça de “Nemcafé” e uma foto de Bolsonaro em uma embalagem de carne com os dizeres: “Picanha Black”.

O líder do PL na Câmara desenvolveu a ideia desde o domingo, 2, e disse que foi uma resposta direta a Sidônio. Em uma postagem nas redes sociais, o parlamentar mostrou como foi a distribuição das peças no gabinete da liderança do partido.

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“Um recado para o Brasil todo aqui. Comida barata novamente, Bolsonaro 2026. Ninguém aguenta mais pagar café caro. Nem picanha e nem café”, disse Sóstenes.