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O governo não cogitou mudar a meta de inflação, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em entrevista publicada pelo jornal Valor Econômico nesta sexta-feira (30), ressaltando que defende a implementação do horizonte contínuo para cumprimento do alvo.
O governo anunciou, em junho de 2023, que decidiu adotar uma meta de inflação contínua a partir de 2025, afastando a necessidade de cumprimento da meta no ano-calendário, mas a medida ainda não foi formalizada.
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“Em nenhum momento foi cogitado mudar a meta da inflação. Defendo que seja contínua como é em todo mundo, com exceção de dois países, porque é mais inteligente do que a meta ano-calendário”, disse o ministro ao jornal.
Em junho, o Conselho Monetário Nacional (CMN) precisará definir a meta de inflação para 2027. Para este ano, 2025 e 2026, o alvo é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
Na entrevista, Haddad afirmou que os diretores do Banco Central conversam “infinitamente mais” com o mercado do que com a Fazenda, defendendo que a autoridade monetária ouça também o setor produtivo.
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“Às vezes, dá impressão de que conversar com a Fazenda é um pecado e conversar com o mercado o dia inteiro não é. Os diretores do BC conversam quase todo dia com gente de mercado e, vez ou outra, com técnicos da Fazenda. Defendo que se converse com o mercado e com o setor produtivo”, afirmou.
Vinculações
Em meio ao debate levantado pela ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), sobre a necessidade de rediscutir vinculações que fazem os ganhos de aposentadorias e benefícios sociais pressionarem o Orçamento, Haddad disse que mudanças nessa área podem esbarrar em travas da Constituição.
“No caso da questão da vinculação do (salário) mínimo a benefícios sociais, vejo um problema de ordem jurídica. Não sei se esta tese passaria pelo teste da constitucionalidade, em função de garantias sociais mínimas estabelecidas na Constituição”, disse.
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Ao afirmar que o tema precisa ser tratado de forma suprapartidária, ele também mencionou o crescimento dos pisos para gastos com Saúde e Educação, mas não apresentou um plano para a área.
Em relação à atividade econômica, o ministro disse que o bimestre de maio e junho será “difícil para nós”, especialmente para o Rio Grande do Sul, sob impacto do desastre provocado pelas chuvas no Estado, que responde por 7,5% da economia nacional. Para ele, porém, a atividade gaúcha vai se recuperar no segundo semestre.