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Em depoimento, nesta terça-feira (5), à Controladoria-Geral da União (CGU), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que tenha pedido para o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques fazer campanha a seu favor nas eleições de 2022.
Bolsonaro foi ouvido pela CGU, como testemunha, no âmbito de um processo sigiloso aberto pelo órgão que investiga a conduta de Silvinei durante as últimas eleições presidenciais. Na ocasião, Bolsonaro fo derrotado, no segundo turno, pelo hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No dia do segundo turno, a PRF bloqueou uma série de estradas na região Nordeste, em operações suspeitas, de acordo com a Polícia Federal (PF) – sem que o comando da corporação tomasse qualquer providência.
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As estradas só foram desbloqueadas depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) – que, à época, presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) –, ameaçar dar ordem de prisão aos envolvidos.
Em agosto deste ano, Silvinei foi indiciado pela PF. Além dele, também foram indiciados o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e quatro policiais federais cedidos ao Ministério da Justiça para atuar naquela eleição: Alfredo de Souza Lima Coelho Carrijo, Fernando de Sousa Oliveira, Leo Garrido de Salles Meira e Marília Ferreira de Alencar.
Silvinei é investigado pela CGU por ter participado de eventos oficiais, concedido entrevistas e feito publicações nas redes sociais pedindo voto para o então presidente da República, que se candidatava à reeleição.
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Em um curto depoimento, por videoconferência, Bolsonaro esteve acompanhado por dois advogados e foi questionado apenas pela defesa de Silvinei. Os membros da CGU responsáveis pelo processo administrativo não fizeram nenhuma pergunta ao ex-presidente.
Preso por quase 1 ano
Silvinei Vasques ficou preso durante quase 1 ano. Ele deixou a prisão em agosto, após decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Em sua decisão, Moraes determinou que Silvinei cumpra uma série de medidas cautelares, sob pena de retornar à prisão. Ele tem de usar tornozeleira eletrônica e teve suspenso o seu porte de armas.
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Além disso, seu passaporte foi cancelado, ele tem de se apresentar, semanalmente, à Justiça e não pode se comunicar com os demais investigados no inquérito.
A defesa de Silvinei argumentou que o ex-chefe da PRF não oferecia riscos ao andamento das investigações. Os advogados também alegavam que seu cliente enfrenta problemas de saúde.
O ex-chefe da PRF é suspeito de ter restringido, impedido ou dificultado o exercício de direitos políticos dos cidadãos. A pena prevista é de 3 a 6 anos de reclusão.