Em depoimento ao STF, Zambelli nega participação em invasão hacker ao sistema do CNJ

Deputada é acusada de ser a autora intelectual de invasão hacker para emitir um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. O hacker Walter Delgatti é réu confesso no caso

Agência Brasil

Carla Zambelli, deputada federal pelo PL de São Paulo (Foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados)
Carla Zambelli, deputada federal pelo PL de São Paulo (Foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados)

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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) negou, na segunda-feira (7), que tenha atuado como mandante da invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023, e de ter solicitado o “hackeamento” a Walter Delgatti Neto.

A parlamentar prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal na qual Zambelli e o hacker são réus pela invasão ao sistema eletrônico do CNJ.

Em maio deste ano, Zambelli e Delgatti se tornaram réus após a Primeira Turma do Supremo, por unanimidade, aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que acusa a deputada de ser a autora intelectual da invasão para emitir um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. O hacker é réu confesso.

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“Esse mandado está para mais uma brincadeira do que uma coisa séria. Por que eu faria isso? Já respondo a processo no STF por causa da arma e não tinha por que me envolver em uma questão dessa”, disse Zambelli.

Perguntada por que o mandado falso foi encontrado pela perícia policial em seu celular, a deputada disse que não se recorda como o documento foi parar nos arquivos do aparelho.

“Não me lembro de ter recebido o mandado. Imagino que deve ser uma invasão do meu celular”, completou Zambelli.

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Hacker

Walter Delgatti também prestou depoimento na segunda-feira e reafirmou as acusações contra a deputada. Segundo o hacker, a invasão foi solicitada por ela.

Delgatti também reafirmou que teve um encontro do Palácio da Alvorada com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teria pedido para que ele assumisse a autoria de um suposto grampo realizados no aparelho celular do ministro Alexandre de Moraes.

Pela citação do nome de Bolsonaro no caso, Delgatti foi processado pelo ex-presidente e condenado a dez meses de prisão por crime de injúria.

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Conhecido como “hacker de Araraquara”, ele também já foi condenado em primeira instância no âmbito da Operação Spoofing, que investigou a invasão aos celulares de autoridades, incluindo ao de procuradores e juízes da Lava Jato.

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