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Pela primeira vez em um ato público ao lado da pré-candidata a vice em sua futura chapa à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) não economizou nos ataques contra o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), que deve ser candidato à reeleição em outubro.
Em visita ao bairro de Parelheiros, na zona sul da cidade, Boulos fez questão de associar Nunes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem o atual prefeito busca apoio na disputa municipal em São Paulo.
As declarações de Boulos foram dadas três dias antes do ato pró-Bolsonaro marcado para a Avenida Paulista, no próximo domingo (25), a partir das 15 horas.
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A manifestação, convocada por Bolsonaro, será um ato de apoio ao ex-presidente, investigado pela Polícia Federal (PF) por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
“Esse prefeito se comporta como ‘tchutchuca’ do Bolsonaro, e não como prefeito”, disparou Boulos, ao lado de Marta. Apesar de ter sido “liberado” pelo ex-presidente, Ricardo Nunes deve comparecer à manifestação de domingo na Paulista.
Marta deixou recentemente o governo de Ricardo Nunes, do qual foi secretária das Relações Internacionais, e migrou justamente para o lado oposto na disputa municipal, voltando ao PT para ser vice de Boulos.
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Analistas políticos consultados pelo Barômetro do Poder, levantamento feito mensalmente pelo InfoMoney com consultorias e analistas independentes sobre alguns dos principais temas em discussão na política nacional, avaliam que a ida de Marta para a chapa de Boulos deve ter impacto relevante sobre a campanha pela Prefeitura de São Paulo.
Durante o ato político desta quinta, Boulos evitou citar o nome de Nunes, que deve ser seu principal adversário na eleição paulistana, de acordo com as principais pesquisas de intenção de voto. O deputado do PSOL se referiu ao rival como “cidadão que está sentado na cadeira da Prefeitura de São Paulo”, “prefeito fantasma” e apoiador do “time do inelegível [Bolsonaro]”.
“Campanha não será um passeio”, diz Marta
De volta ao PT, partido com o qual havia rompido em 2015, Marta Suplicy conversou rapidamente com a militância e pediu apoio e engajamento na campanha de Boulos. “A campanha não vai ser um passeio. Nenhuma campanha é passeio”, alertou.
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“Agora, o coração dessa campanha, a vitória dessa campanha, não está lá [longe], não. Está aqui em Parelheiros. A gente que sabe quais são as prioridades de que essa cidade precisa”, completou Marta.
A costura pelo retorno de Marta ao PT foi liderada por Lula, que é amigo próximo da ex-prefeita de São Paulo há décadas. Coube ao PT indicar a vice para compor a chapa com Boulos. Marta enfrenta resistência em alguns setores do partido por ter votado, então como senadora pelo MDB, a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, além de ter feito parte da gestão Nunes em São Paulo.
Marta foi prefeita de São Paulo entre 2001 e 2004, quando disputou a reeleição e foi derrotada no segundo turno por José Serra (PSDB). Em 2018, novamente pelo PT, Marta foi candidata e perdeu para Gilberto Kassab (na época, no DEM).
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Já fora do PT, Marta lançou novamente sua candidatura em 2016, então pelo MDB, mas terminou apenas em quarto lugar, com pouco mais de 10% dos votos.