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Após o lançamento oficial da candidatura do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara, seguido da declaração de apoio do presidente Athur Lira, o deputado Elmar Nascimento (União-BA) confirmou sua candidatura e pregou contra “unanimidades artificiais”.
Elmar chegou a ser visto como o favorito de Lira para sucedê-lo. No entanto, o alagoano decidiu apoiar Motta para a eleição marcada para fevereiro.
“Minha candidatura se firma na renovação e no fortalecimento da democracia, valorizando a diversidade de pensamentos. Não buscamos consensos artificiais, mas espaços para a saudável disputa de ideias. O objetivo é permitir que surjam as melhores decisões para o País, assegurando a participação efetiva dos 513 deputados desta Casa”, disse ele, em uma sequência de mensagens no X (antigo Twitter).
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Nascimento disse que o apoio de Lira a Hugo Motta é legítimo, mas argumentou que “a condução da Câmara dos Deputados não deve buscar uma unanimidade artificial, reduzida a uma única vontade”.
Segundo ele, o essencial, na perspectiva democrática, é incentivar o debate. Citando Nelson Rodrigues, afirmou que toda unanimidade é burra, e quem pensa com a unanimidade não precisa pensar.
“A força desta Casa está na valorização da divergência e no confronto de perspectivas. Decidimos com base na maioria, assegurando que cada proposta seja debatida de forma ampla e transparente. Nos últimos anos, superamos desafios com diálogo e soluções viáveis. Mas o verdadeiro valor do Parlamento é a pluralidade. A presidência deve garantir liberdade para cada deputado expressar suas ideias e deliberar com autonomia”, disse.
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Nascimento disse ainda que a eleição de fevereiro definirá o futuro da instituição e sua relevância política. “Precisamos de uma presidência aberta a novas ideias e que represente a diversidade de interesses deste Parlamento. Conto com o apoio dos colegas que acreditam no debate e na pluralidade como forças desta Casa. Juntos, construiremos uma gestão transparente e sólida, sempre em benefício do Brasil e de seus cidadãos”, afirmou.
Após ser preterido em setembro, Elmar rompeu relações com o presidente da Câmara, de quem era amigo pessoal. Os dois só voltaram a conversar em outubro, de forma protocolar, quando Lira fez uma ligação ao deputado do União para falar sobre votações no plenário da Casa.
Elmar condenou a forma como Lira conduz a Câmara, disse que há esvaziamento das comissões e criticou a profusão de requerimentos de urgência para votação diretamente no plenário. Ele também acusou o deputado alagoano de ter atuado como “líder” do governo Bolsonaro por sua atuação como presidente da Casa na gestão do ex-presidente.
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“Vocês assistiram ao primeiro mandato do presidente Arthur Lira, ele diz que é tão a favor da convergência, que ele foi presidente da Câmara e líder do governo Bolsonaro ao mesmo tempo modificando, inclusive, o regimento para tirar a capacidade de obstruir da Câmara dos Deputados. Não pode agora vir dizer que essa Casa tem que ser a Casa do consenso”, afirmou Elmar.
Elmar negou que tenha chamado Lira de “traidor” e “desleal”, mas admitiu a decepção com o antigo amigo.
Por fim, o líder do União Brasil reforçou o acordo que fez com o deputado Antonio Brito (PSD-BA), que também disputa a presidência da Câmara. “Reconhecemos afinidades e valores comuns com o colega Antonio Brito, consolidando princípios que norteiam nossas campanhas. Estabelecemos uma aliança estratégica: quem avançar ao segundo turno terá o apoio do outro”, afirmou.
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(Com Estadão Conteúdo)