Datena entra em empate técnico com Nunes e Boulos em SP, mas tem maior rejeição

Apresentador aparece em 3 simulações de primeiro turno e é o pré-candidato mais conhecido entre os eleitores; Nunes aparece numericamente à frente em todos os cenários

Marcos Mortari

José Luiz Datena, apresentador da TV Bandeirantes (Foto: Governo do Estado de São Paulo)
José Luiz Datena, apresentador da TV Bandeirantes (Foto: Governo do Estado de São Paulo)

Publicidade

A pouco mais de 3 meses das eleições municipais, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) aparecem tecnicamente empatados na liderança do pleito em São Paulo em todos os cenários testados por pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (27).

Baixe uma lista de 11 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de crescimento para os próximos meses e anos

O levantamento, realizado entre os dias 22 e 25 de junho, mostra que as intenções de voto em Nunes variam de 22% a 30% nas cinco simulações de primeiro turno feitas pelo instituto, a depender dos nomes oferecidos ao eleitor. Já Boulos apresenta amplitude de 21% a 25% − sempre numericamente na segunda posição. Em dois dos cenários testados, José Luiz Datena (PSDB) também aparece em uma distância de menos de 6 pontos percentuais da dupla, entrando no bolo do empate técnico da dianteira da disputa. As intenções de voto do apresentador variam de 16% a 19%.

Continua depois da publicidade

Na primeira simulação, Nunes aparece com 22% das intenções de voto − apenas 1 ponto percentual a mais do que Boulos e 5 p.p. em relação a Datena. Considerando a margem de erro de 3 pontos percentuais para cima ou para baixo, não é possível afirmar quem estaria na frente se o pleito fosse hoje.

Na sequência, vêm o coach Pablo Marçal (PRTB), com 10%, a deputada federal Tabata Amaral (PSB), com 6%, a economista Marina Helena Santos (Novo), com 4%, e o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil), que tem 3%. Os nomes de João Pimenta (PCO) e Ricardo Senese (UP) aparecem com 1% cada um. Outros nomes ficaram com intenções de voto abaixo de 1%. Eleitores que dizem que não vão votar ou que pretendem votar em branco ou nulo somam 15% da amostra.

A segunda simulação feita pelo instituto retira da lista o nome de Marçal. Neste caso, o pleito segue apertado, com a “vantagem” de Nunes sobre Boulos subindo para 2 pontos: 25% contra 23%. Datena soma 19% das intenções − mais do que o dobro de Tabata (8%), que mantém tratativas para tentar atrair o apresentador como possível vice em sua chapa. Já Kataguiri e Marina Helena somariam, respectivamente, 5% e 4%.

Continua depois da publicidade

No terceiro cenário, a retirada da lista os nomes de Kataguiri, Pimenta e Senese, traz resultados similares ao da primeira simulação. Nunes e Boulos mantêm a dianteira, com 24% e 23%, respectivamente. Mas desta vez sem condição de serem alcançados por Datena, que aparece com 16% − pela margem de erro máxima, Boulos teria no mínimo 20%, contra um “teto” de 19% do apresentador. Por outro lado, Datena entra em empate técnico com Marçal, já que o coach tem 11% (ou algo entre 8% e 14%, pela margem).

As últimas duas simulações apresentam o “cardápio” mais restrito para os eleitores, com apenas 5 opções em cada. Na quarta, foram testadas as retiradas dos nomes de Datena, Kataguiri, Pimenta e Senese. Neste caso, Nunes tem 28% e Boulos aparece com 24%. O segundo pelotão tem Marçal com 13% e Tabata com 10%, enquanto Marina Helena figura com 6% das intenções de voto. Brancos, nulos e indecisos saltam para 19%.

Já na quinta simulação, saem os nomes de Datena, Marçal, Pimenta e Senese. Este é o quadro mais favorável para Nunes, que soma 30% (pela margem de erro, pode ter entre 27% e 33%) e abre distância numérica de 5 pontos em relação a Boulos (que teria entre 21% e 28%). Na sequência, aparecem Tabata, com 10%, Marina Helena, com 8%, e Kataguiri, com 5%. Os “não votos” somariam neste caso 22% do eleitorado.

Continua depois da publicidade

A pulverização de cenários estimulados de primeiro turno ocorre pelo fato de os partidos ainda não terem confirmado suas estratégias, candidatos e alianças para as eleições municipais. Pelo calendário eleitoral, as legendas devem realizar convenções entre 20 de julho e 5 de agosto para definir esses pontos. Depois disso, as agremiações têm até 15 de agosto para registrarem as chapas junto à Justiça Eleitoral.

Boulos tem maior “apoio consolidado”

A pesquisa Genial/Quaest também testou o cenário espontâneo (em que os entrevistadores não apresentam nomes de possíveis candidatos aos eleitores). Neste caso, Boulos aparece numericamente à frente, com 10%, ao passo que Nunes tem 8%. Em seguida vêm Marçal, com 3%; Tabata e Kataguiri, com 1% cada um. Indecisos somam 72% e outros 4% dizem que não vão votar ou votarão em branco ou nulo.

O cenário espontâneo normalmente é utilizado por especialistas e pelas próprias campanhas políticas para verificar o nível de maior cristalização do apoio a determinado candidato, já que os nomes são citados pelos entrevistados sem qualquer estímulo. A mais de 3 meses do primeiro turno e antes do início do período de campanha, porém, é natural que as intenções de voto sejam mais baixas, sobretudo de nomes ainda menos conhecidos pelos eleitores.

Continua depois da publicidade

Nunes leva vantagem no segundo turno

O levantamento testou 7 cenários de segundo turno. Naquele que hoje é considerado mais provável por conta dos resultados de primeiro turno de diferentes pesquisas, Nunes derrotaria Boulos com uma vantagem de 12 pontos percentuais se a eleição fosse hoje: 46% contra 34%.

O atual prefeito também leva vantagem nas outras 3 simulações com o seu nome: contra Marçal (48% a 22%), Tabata (46% a 27%) e Datena (43% a 34%). Já Boulos derrotaria Marçal (41% a 30%), mas perderia para Datena (35% a 43%).

Datena é o mais conhecido, rejeitado e aprovado

O levantamento também testou o nível de conhecimento, potencial de votos e rejeição dos principais nomes cotados para disputar a prefeitura de São Paulo. Neste caso, a figura do apresentador de televisão José Luiz Datena aparece com destaque: é o nome mais conhecido pelos eleitores (apenas 10% dizem não saber quem ele é), mas também o com maior rejeição (51%) − 10 pontos à frente do segundo colocado, o deputado federal Guilherme Boulos, que é conhecido por 76% dos entrevistados.

Continua depois da publicidade

Por outro lado, Datena também lidera entre os nomes que o eleitor conhece e diz que poderia votar, com 39% das menções − mesmo percentual de Nunes. O atual prefeito, por sua vez, é desconhecido por 23% − 1 ponto percentual a menos do que Boulos −, mas rejeitado por 38% − 3 pontos a menos do que o adversário direto. Ele é o único pré-candidato cuja taxa dos que “conhecem e votariam” supera a daqueles que “conhecem e não votariam” (39% a 38%).

Metodologia

A pesquisa Genial/Quaest ouviu 1.002 eleitores da cidade de São Paulo com 16 anos ou mais. Os dados foram coletados por meio da realização de entrevistas face a face por meio da aplicação de questionários estruturados.

Leia também: Quaest combina modelo tradicional de pesquisa eleitoral com inovações estatísticas; entenda a metodologia

O nível de confiança do levantamento é de 95% − o que significa que, se ele tivesse sido feito mais de uma vez e sob as mesmas condições e prazos, esta seria a probabilidade de o resultado se repetir dentro da margem máxima de erro, de 3 pontos percentuais.

A pesquisa foi registrada junto à Justiça Eleitoral e protocolada sob o número SP-08653/2024 no dia 21 de junho.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.