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Mais de 155 milhões de brasileiros poderão ir às urnas neste domingo (4) para escolher a chapa de prefeito e vice-prefeito que comandarão suas cidades pelos próximos 4 anos, além de seus representantes nas respectivas Câmaras Municipais.
Pela primeira vez na história, todas as 26 capitais estaduais poderão ter segundo turno, mas a tendência é que em boa parte delas o novo chefe do Poder Executivo em nível local seja conhecido já nesta noite, ao final da apuração dos resultados − dadas as chances elevadas de um dos candidatos alcançar a maioria absoluta dos votos.
Uma compilação feita pelo InfoMoney com base nas pesquisas de intenção de votos mais recentes, divulgadas no sábado (5) pelos institutos Datafolha e Quaest, também mostra uma probabilidade de reeleição em alguns casos.
Segundo o levantamento, em ao menos 16 capitais há prefeitos que tentam um novo mandato com boas condições de competitividade, na dianteira isolada das disputas, em empate técnico na liderança ou ocupando a segunda colocação em pleitos que devem ir ao segundo turno.
Nos 14 casos com boas chances de definição em primeiro turno, 12 envolvem prefeitos que buscam a reeleição. São os casos de Macapá (AP), com Dr. Furlan (MDB); do Recife (PE), com João Campos (PSB); Salvador (BA), com Bruno Reis (União Brasil); e Rio de Janeiro (RJ), com Eduardo Paes (MDB), por exemplo.
Já naqueles que devem ter segundo turno, ganham destaque os prefeitos David Almeida (Avante), em Manaus (AM); Fuad Noman (PSD), em Belo Horizonte (MG); Adriane Lopes (PP), em Campo Grande (MS); e Ricardo Nunes (MDB). Os três últimos enfrentam disputas duríssimas e ainda correm sérios riscos de ficarem pelo caminho.
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Veja a situação da disputa pelas prefeituras nas 26 capitais, de acordo com as pesquisas mais recentes divulgadas (os nomes em roxo são de incumbentes que tentam a reeleição):
Vale lembrar que nenhuma pesquisa eleitoral é definitiva, nem tem por objetivo prever o resultado de uma disputa. A intenção manifestada por um eleitor em um levantamento realizado dias antes de um pleito pode não necessariamente se confirmar em voto na data da votação. Ainda mais considerando a tendência cada vez mais tardia de decisão de voto pelos eleitores.
Também é importante salientar que toda pesquisa tem margem de erro e intervalo de confiança — conceitos abordados a seguir e que precisam ser considerados na interpretação dos resultados.
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Por isso, o recomendável é acompanhar com frequência os trabalhos divulgados por uma variedade de institutos com boa reputação no mercado e monitorar as tendências a partir da evolução dos dados. Já virou até um clichê da área dizer que muitas vezes o filme importa mais do que a fotografia de um momento específico.
Outro ponto a ser observado são as diferenças metodológicas adotadas pelas empresas de pesquisa. Num contexto de profunda polarização política, analisar os dados com parcimônia é crucial para evitar escorregões ou conclusões equivocadas.
Leia também: Pesquisas eleitorais são confiáveis? Entenda as diferentes metodologias aplicadas pelos institutos
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A força dos prefeitos
O favoritismo de diversos incumbentes que tentam a reeleição País afora tem sido uma particularidade do pleito de 2024 apontada por cientistas políticos desde a fase das convenções partidárias, que ocorreu entre julho e agosto. Um dos motivos para isso são os índices favoráveis de aprovação de muitos prefeitos, segundo as pesquisas.
Conforme pontuam os especialistas da consultoria Eurasia Group, historicamente, prefeitos têm mais dificuldade em serem reeleitos do que governadores ou presidentes. Enquanto a taxa de reeleição tem sido de 69% para o primeiro grupo e de 75% para o segundo, diz a consultoria, a dos prefeitos gira em torno de 59%.
Para os especialistas da consultoria Arko Advice, caso a tendência observada nas pesquisas se confirme nas urnas, há boas chances de o índice de recondução no pleito atual se aproximar de 70% nas capitais — o que seria o maior da história.
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Um fator que também colabora com o bom desempenho dos incumbentes é um momento financeiro favorável para as prefeituras em nível geral, com arrecadação crescente e repasses elevados do governo federal, que contribuem para a prestação de serviços para o eleitor na ponta.
Exceções à tendência favorável ao continuísmo dessas eleições ficam a cargo de nomes como Dr. Pessoa (PRD), prefeito de Teresina (PI), Rogério Cruz (Solidariedade), de Goiânia (GO) e Edmilson Rodrigues (PSOL), de Belém (PA).
Os três têm apresentado desempenho fraco nas pesquisas de intenções de voto e elevados índices de rejeição, que reduzem o espaço para surpresas para suas campanhas no sprint final.