Eleições 2024: Veja quem lidera a disputa pelas prefeituras nas 26 capitais

Candidatos à reeleição lideram de forma isolada ou estão em empate técnico em 14 capitais estaduais

Marcos Mortari

Teclado da Urna Eletrônica (Foto:Nelson Jr./ASICS/TSE)
Teclado da Urna Eletrônica (Foto:Nelson Jr./ASICS/TSE)

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A 21 dias das eleições municipais, 14 prefeitos que disputam um novo mandato lideram de forma isolada ou estão tecnicamente empatados com adversários na dianteira dos pleitos nas 26 capitais dos estados.

Os números são resultado de um levantamento feito pelo InfoMoney com as mais recentes pesquisas eleitorais divulgadas. Eles confirmam um cenário já indicado por diversas consultorias de risco político, que, em linhas gerais, vislumbram uma vantagem para incumbentes em diversas disputas locais em 2024.

Muitas das pesquisas usadas foram realizadas após o início do horário de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão e das inserções na programação diária desses meios analógicos. Ou seja, elas capturaram parte dos efeitos da exposição dos candidatos a um momento relevante da campanha.

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Em alguns casos, como o de São Paulo (SP), inclusive, os levantamentos mostram um beneficiamento do candidato com maior exposição no rádio e na televisão — o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que conta com 65% do tempo nos meios.

O movimento contrasta com a queda recente observada nas intenções de voto do empresário Pablo Marçal (PRTB), após um crescimento meteórico em poucos meses. O candidato conta com frágil estrutura partidária e não tem direito a tempo de exposição nos meios de comunicação tradicionais — o que o leva a apostar todas as fichas nas redes sociais, onde tem um nível de engajamento muito superior ao de seus adversários.

O levantamento feito pelo InfoMoney mostra 13 capitais com boas chances de terem a disputa pela prefeitura concluída em primeiro turno, sem necessidade de nova votação entre os dois candidatos mais bem posicionados em 27 de outubro.

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São elas: Boa Vista (RR), com Arthur Henrique (MDB); Florianópolis (SC), com Topázio Neto (PSD); João Pessoa (PB), com Cícero Lucena (PP); Macapá (AP), com Dr. Furlan (MDB); Maceió (AL), com JHC (PL); Palmas (TO), com Janad Valcari (PL); Porto Velho (RO), com Mariana Carvalho (União Brasil); Recife (PE), com João Campos (PSB); Rio de Janeiro (RJ), com Eduardo Paes (PSD); Salvador (BA), com Bruno Reis (União Brasil); São Luís (MA), com Eduardo Braide (PSD); Teresina (PI), com Sílvio Mendes (União Brasil); e Vitória (ES), com Lorenzo Pazolini (Republicanos).

Veja a situação da disputa pelas prefeituras nas 26 capitais, de acordo com as pesquisas mais recentes divulgadas (os nomes em roxo são de incumbentes que tentam a reeleição):

Vale lembrar que nenhuma pesquisa eleitoral é definitiva, nem tem por objetivo prever o resultado de uma disputa. A intenção manifestada por um eleitor em um levantamento realizado semanas antes de um pleito pode não necessariamente se confirmar em voto no dia da eleição, em 6 de outubro. Ainda mais considerando a tendência cada vez mais tardia de decisão de voto pelos eleitores.

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Também é importante salientar que toda pesquisa tem margem de erro e intervalo de confiança — conceitos abordados a seguir e que precisam ser considerados na interpretação dos resultados.

Por isso, o recomendável é acompanhar com frequência os trabalhos divulgados por uma variedade de institutos com boa reputação no mercado e monitorar as tendências a partir da evolução dos dados. Já virou até um clichê da área dizer que muitas vezes o filme importa mais do que a fotografia de um momento específico.

Outro ponto a ser observado são as diferenças metodológicas adotadas pelas empresas de pesquisa. Num contexto de profunda polarização política, analisar os dados com parcimônia é crucial para evitar escorregões ou conclusões equivocadas.

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Leia também: Pesquisas eleitorais são confiáveis? Entenda as diferentes metodologias aplicadas pelos institutos

A força dos prefeitos

O favoritismo de diversos incumbentes que tentam a reeleição País afora tem sido uma particularidade do pleito de 2024 apontada por cientistas políticos desde a fase das convenções partidárias, que ocorreu entre julho e agosto. Um dos motivos para isso são os índices favoráveis de aprovação de muitos prefeitos, segundo as pesquisas.

Conforme pontuam os especialistas da consultoria Eurasia Group, historicamente, prefeitos têm mais dificuldade em serem reeleitos do que governadores ou presidentes. Enquanto a taxa de reeleição tem sido de 69% para o primeiro grupo e de 75% para o segundo, diz a consultoria, a dos prefeitos gira em torno de 59%.

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Segundo eles, a razão para o sarrafo ser mais alto para prefeitos é que são eles que estão na linha de frente de serviços públicos difíceis de serem entregues, como saúde, educação, segurança pública e infraestrutura, sobre os quais os eleitores costumam apresentar postura mais crítica.

“No entanto, esse ciclo eleitoral será bom para os prefeitos. A primeira razão são os altos índices de aprovação. Os prefeitos das 27 capitais do Brasil têm uma média de aprovação de 60%. De acordo com uma base de dados coletada pela Ipsos Public Affairs, somente 5 tiveram desempenho abaixo de 40% — o limite abaixo do qual titulares geralmente não conseguem ser reconduzidos”, escreveram em relatório distribuído um mês atrás.

Para eles, uma das explicações para a melhor avaliação dos incumbentes no ciclo atual seria o caixa mais robusto das prefeituras no período, por conta não apenas da própria arrecadação, mas por repasses da União, que permitiram um aumento de investimentos em serviços públicos nos últimos anos.

Segundo números apontados pela Eurasia Group, os investimentos feitos por 24 capitais estaduais praticamente dobraram de 2020 para 2023, saindo de R$ 17,6 bilhões para o recorde de R$ 31,2 bilhões. Com isso, a projeção da casa é que a taxa de reeleição supere o pico de 70% observado em 2008.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.