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As eleições municipais de 2024 apresentam uma tendência mais elevada ao continuísmo do que pleitos anteriores, com candidatos à reeleição em geral apresentando boas condições de competitividade − além de um ambiente mais favorável, grosso modo, para candidaturas nos campos do centro e da direita do que da esquerda.
É o que apostam analistas políticos e o que indicam as últimas pesquisas divulgadas antes do primeiro turno. De acordo com uma compilação feita pelo InfoMoney com base nos levantamentos de Quaest e Datafolha do sábado (5), 16 prefeitos que tentam um novo mandato estão na dianteira isolada das disputas ou dividem a liderança com adversários em situação de empate técnico.
No primeiro grupo, estão Arthur Henrique (MDB) em Boa Vista (RR), Topázio Neto (PSD) em Florianópolis (SC), Cícero Lucena (PP) em João Pessoa (PB), Dr. Furlan (MDB) em Macapá (AP), JHC (PL) em Maceió (AL), David Almeida (Avante) em Manaus (AM), Sebastião Melo (MDB) em Porto Alegre (RS), João Campos (PSB) no Recife (PE), Tião Bocalom (PL) em Rio Branco (AC), Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro (RJ), Bruno Reis (União Brasil) em Salvador (BA), Eduardo Braide (PSD) em São Luís (MA), e Lorenzo Pazolini (Republicanos) em Vitória (ES).
Já no segundo, aparecem Fuad Noman (PSD) em Belo Horizonte (MG), Adriane Lopes (PP) em Campo Grande (MS), e Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo (SP).
Do ponto de vista partidário, 4 siglas lideram o cenário de candidatos na liderança isolada das pesquisas nas capitais que disputam. São elas: PL, MDB e PSD, cada uma com 4 representantes. Depois vem o União Brasil, com 3 representantes.
A sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também tem outros 4 representantes em situação de empate técnico com adversários e boas chances de irem ao segundo turno, que será disputado daqui a três semanas, em 27 de outubro.
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Já o MDB tem um representante nesta condição − justamente o atual prefeito de São Paulo (SP), Ricardo Nunes (MDB), que disputa espaço com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB).
O PSD, por sua vez, tem outros 2 representantes que dividem a liderança nas pesquisas com adversários. Um é o atual prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), que nas últimas semanas ganhou terreno nos levantamentos, mas ainda divide a dianteira com Bruno Engler (PL) e Mauro Tramonte (Republicanos).
“O cenário aponta tendência de crescimento de partidos de centro e centro-direita nas prefeituras e Câmaras Municipais. O PL, com a chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro, deve se consolidar como principal partido de direita. O PT deve recuperar parte do espaço perdido nas últimas eleições, ainda que longe do auge”, observam os analistas da Prospectiva Consultoria.
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Para eles, a eleição de vereadores deve ser observada como principal indicativo de tendência para a eleição dos legislativos estadual e federal em 2026. Isso significa que os ventos favoráveis para a direita e o centro podem inflar os dois grupos para os próximos pleitos − embora no nível presidencial disputas municipais não tendem a apresentar boa capacidade preditiva.
Os analistas da consultoria política Arko Advice também destacam o bom desempenho de legendas de centro e de direita nas capitais. Mas chamam atenção, ainda, para dificuldades persistentes de a esquerda, em especial o PT, sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em conquistar espaço nos municípios de grande porte.