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BRASÍLIA (Reuters) – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou nesta quarta-feira, sem citar um caso específico, a atitude de se criar crises para desviar a atenção do que considera os reais problemas do país.
As declarações do presidente do Senado, que aproveitou para fazer uma defesa da institucionalidade, do respeito ao Estado Democrático de Direito e à Constituição, ocorre em meio a uma crise entre os Poderes da República tendo como protagonistas, de um lado, o presidente Jair Bolsonaro e um de seus aliados no Congresso, o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), e de outro o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Infelizmente os atritos têm acontecido com certa regularidade no Brasil. Isso não é bom”, disse o presidente do Senado e do Congresso Nacional a jornalistas, defendendo o “diálogo” e a “pacificação”.
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“É lamentável que crises sejam criadas a todo instante, até como cortina de fumaça para os verdadeiros problemas do Brasil.”
O senador também defendeu que seja repudiado “de maneira muito veemente” qualquer “arroubo antidemocrático”.
“Há um linha que não se pode ultrapassar. Essa linha é o Estado Democrático de Direito”, disse Pacheco.
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“Quem não tiver essa disposição de buscar soluções a problemas do Brasil, no futuro vai ser tratado como traidor da pátria”, acrescentou.
Na última semana, o deputado Daniel Silveira foi condenado pelo STF pelos crimes de coação no curso do processo e atentado ao Estado Democrático de Direito, ao proferir discursos de incentivo à violência com ataques à Justiça e a ministros da corte. O deputado recebeu pena de 8 anos e 9 meses de reclusão, em regime inicial fechado, além de multa e da perda do mandato parlamentar.
Decreto editado no dia seguinte por Bolsonaro concedeu “graça constitucional” ao parlamentar, e a esse ato seguiram-se manifestações do presidente e de seus aliados em defesa do parlamentar, acirrando o clima já tensionado com o Judiciário.
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Ainda que Pacheco não tenha se referido explicitamente a qualquer situação, sua fala também é externada no dia em que foi divulgada a maior inflação para abril medida pelo IPCA-15 em quase 30 anos, puxado em grande parte pela alta dos combustíveis, ultrapassando os 12% no acumulado em 12 meses. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15)teve em abril alta de 1,73%.