Dreno na cabeça de Lula será retirado na noite desta quinta-feira, confirma Kalil

Esse procedimento já estava previsto pela equipe médica e foi, inclusive, anunciado pelo médico Roberto Kalil em entrevista coletiva na manhã desta quinta. Só não se sabia exatamente o horário da intervenção

Fábio Matos

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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O médico Roberto Kalil Filho, que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), confirmou na tarde desta quinta-feira (12) que o dreno que foi colocado na cabeça do paciente será retirado em um novo procedimento nesta noite. 

Segundo Kalil, a retirada do dreno de Lula deve começar por volta das 19 horas. 

Esse procedimento já estava previsto pela equipe médica e foi, inclusive, anunciado por Kalil em entrevista coletiva na manhã desta quinta. Só não se sabia exatamente o horário da intervenção. 

Será a terceira intervenção médica em Lula desde a última segunda-feira (9), quando o presidente da República foi internado com uma hemorragia intracraniana. 

A expectativa continua sendo a de que Lula deixe a UTI já na sexta-feira (13) ou no sábado (14). Embora ainda não haja previsão de alta médica, o presidente deve ser liberado do hospital no início da próxima semana, como antecipado por Kalil pela manhã. 

“Depois da alta hospitalar, o presidente poderá ir para Brasília, na segunda ou na terça. Ele pode retornar a uma agenda de despacho. Não vemos problema algum em relação a isso”, disse Kalil aos jornalistas. 

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“O que se espera é que, a partir da semana que vem, o presidente já esteja no Alvorada. É claro que vai se requerer um repouso relativo pelas próximas semanas, talvez”, ponderou o médico.

Segundo Kalil, a expectativa é que o presidente da República vá “retomando, aos poucos, a sua atividade normal”, embora com cuidados. “É uma recuperação normal, ele vai retomando o dia a dia. A atividade física, que ele faz, isso vai ser postergado um pouco. Vai continuar o acompanhamento com a equipe médica de Brasília, chefiada pela Dra. Ana [Helena Germoglio]”, completou o médico.

O procedimento desta manhã

Na manhã desta quinta-feira, o presidente da República foi submetido a uma embolização das artérias meníngeas – que irrigam as meninges, membranas que revestem o sistema nervoso central. 

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A técnica interrompeu o fluxo de sangue no local desejado por meio de um cateter, obstruindo a artéria e bloqueando o fluxo sanguíneo. 

Com isso, segundo a equipe médica que atende o presidente, a expectativa é a de que não ocorram novos sangramentos, o que diminui o risco para Lula.

“O que importa é acabar com o sangue que chega perto do hematoma. A gente injeta como se fosse uma gelatina, umas partículas que entopem esse vaso”, explicou José Guilherme Caldas, médico responsável pelo procedimento. 

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“Como a artéria mede em torno de 1 milímetro, os cateteres são bem fininhos. É um procedimento relativamente simples”, afirmou. 

A internação de Lula

Durante toda a última segunda-feira (9), Lula se queixou de dores de cabeça, e os sintomas pioraram à noite. Ele foi levado, então, ao Hospital Sírio-Libanês de Brasília, onde realizou uma série de exames. Logo em seguida, quando se detectou a necessidade de cirurgia de emergência, Lula foi transferido para a unidade do hospital em São Paulo (SP). 

Após ser submetido a uma cirurgia de emergência para drenar o hematoma no cérebro, Lula foi encaminhado à UTI, onde permanece em observação.

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A primeira cirurgia consistiu na perfuração do crânio com orifícios pequenos a partir dos quais são introduzidos drenos ─ procedimento considerado comum em neurocirurgia e que, segundo a equipe médica, não envolve violação importante do crânio e normalmente tem um processo de cicatrização espontâneo.

Inicialmente, a própria equipe médica havia informado, em boletim, que Lula passou por uma craniotomia. Os dois procedimentos são parecidos, mas o último se refere a aberturas maiores do crânio — portanto, é mais invasivo.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”