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O médico Roberto Kalil Filho, que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), confirmou na tarde desta quinta-feira (12) que o dreno que foi colocado na cabeça do paciente será retirado em um novo procedimento nesta noite.
Segundo Kalil, a retirada do dreno de Lula deve começar por volta das 19 horas.
Esse procedimento já estava previsto pela equipe médica e foi, inclusive, anunciado por Kalil em entrevista coletiva na manhã desta quinta. Só não se sabia exatamente o horário da intervenção.
Será a terceira intervenção médica em Lula desde a última segunda-feira (9), quando o presidente da República foi internado com uma hemorragia intracraniana.
A expectativa continua sendo a de que Lula deixe a UTI já na sexta-feira (13) ou no sábado (14). Embora ainda não haja previsão de alta médica, o presidente deve ser liberado do hospital no início da próxima semana, como antecipado por Kalil pela manhã.
“Depois da alta hospitalar, o presidente poderá ir para Brasília, na segunda ou na terça. Ele pode retornar a uma agenda de despacho. Não vemos problema algum em relação a isso”, disse Kalil aos jornalistas.
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“O que se espera é que, a partir da semana que vem, o presidente já esteja no Alvorada. É claro que vai se requerer um repouso relativo pelas próximas semanas, talvez”, ponderou o médico.
Segundo Kalil, a expectativa é que o presidente da República vá “retomando, aos poucos, a sua atividade normal”, embora com cuidados. “É uma recuperação normal, ele vai retomando o dia a dia. A atividade física, que ele faz, isso vai ser postergado um pouco. Vai continuar o acompanhamento com a equipe médica de Brasília, chefiada pela Dra. Ana [Helena Germoglio]”, completou o médico.
O procedimento desta manhã
Na manhã desta quinta-feira, o presidente da República foi submetido a uma embolização das artérias meníngeas – que irrigam as meninges, membranas que revestem o sistema nervoso central.
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A técnica interrompeu o fluxo de sangue no local desejado por meio de um cateter, obstruindo a artéria e bloqueando o fluxo sanguíneo.
Com isso, segundo a equipe médica que atende o presidente, a expectativa é a de que não ocorram novos sangramentos, o que diminui o risco para Lula.
“O que importa é acabar com o sangue que chega perto do hematoma. A gente injeta como se fosse uma gelatina, umas partículas que entopem esse vaso”, explicou José Guilherme Caldas, médico responsável pelo procedimento.
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“Como a artéria mede em torno de 1 milímetro, os cateteres são bem fininhos. É um procedimento relativamente simples”, afirmou.
A internação de Lula
Durante toda a última segunda-feira (9), Lula se queixou de dores de cabeça, e os sintomas pioraram à noite. Ele foi levado, então, ao Hospital Sírio-Libanês de Brasília, onde realizou uma série de exames. Logo em seguida, quando se detectou a necessidade de cirurgia de emergência, Lula foi transferido para a unidade do hospital em São Paulo (SP).
Após ser submetido a uma cirurgia de emergência para drenar o hematoma no cérebro, Lula foi encaminhado à UTI, onde permanece em observação.
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A primeira cirurgia consistiu na perfuração do crânio com orifícios pequenos a partir dos quais são introduzidos drenos ─ procedimento considerado comum em neurocirurgia e que, segundo a equipe médica, não envolve violação importante do crânio e normalmente tem um processo de cicatrização espontâneo.
Inicialmente, a própria equipe médica havia informado, em boletim, que Lula passou por uma craniotomia. Os dois procedimentos são parecidos, mas o último se refere a aberturas maiores do crânio — portanto, é mais invasivo.