Dono de clínica de suposto laudo de Boulos já foi condenado por falsificação

Luiz Teixeira da Silva Júnior usou documentos falsos para tentar receber registro profissional de médico

Equipe InfoMoney

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Dono da clínica responsável pelo suposto laudo relacionando o candidato Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de drogas, o biomédico Luiz Teixeira da Silva Júnior já foi condenado na justiça pela falsificação de documentos para obter o registro profissional de médico.

A 22ª Vara Federal de Porto Alegre o sentenciou, em 2021, a dois anos e quatro meses de reclusão em regime semiaberto. Confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região, a condenação foi substituída por uma pena restritiva de direitos.

A decisão teve como base uma denuncia feita pelo Ministério Público Federal na qual o biomédico teria usado um diploma de graduação em medicina e uma ata de colação de grau falsos, supostamente emitidos pela Fundação Educacional Serra dos Órgãos ao Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERS), com o intuito de obter o registro profissional.

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A denúncia foi recebida em 2017, mas o processo permaneceu suspenso até 2019, quando o réu foi localizado e intimado a apresentar respostas à acusação.

Segundo a sentença, a instituição de ensino, que posteriormente mudou de nome para Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), informou que Silva Júnior jamais foi seu aluno. À época da falsificação, a instituição já possuía status de Centro Universitário desde 2006, embora o documento apresentado pelo biomédico ao CREMERS a mencionasse como “Faculdades Unificadas”.

Outra das provas apresentadas é a substituição, na ata de colação de grau, do nome de uma aluna que de fato participou da cerimônia pelo de Luiz Teixeira Silva Júnior.

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O caso

Na noite da última sexta-feira, o candidato Pablo Marçal publicou uma imagem em que apresentava um suposto laudo médico de Guilherme Boulos, onde constaria um encaminhamento do candidato do PSOL a um serviço de psiquiatria devido a “um quadro de surto psicótico grave, delírios persecutórios e ideias homicidas, além de confusão mental e episódios de agitação”. Um exame toxicológico positivo para cocaína teria sido apresentado por um acompanhante.

O suposto documento, assinado em nome do médico José Roberto de Souza (CRM 17064-SP), pela clínica Mais Consulta, no Jabaquara, zona sul de São Paulo, diz que um acompanhante do deputado teria apresentado um exame toxicológico em que o resultado é positivo para cocaína.

Pelo registro no Conselho Federal de Medicina (CFM), o médico em questão está cadastrado como falecido. Não há, ainda, especialidade registrada em seu cadastro no sistema do conselho. Ainda, o RG do candidato do PSOL que consta na imagem publicada por Marçal está errado, contendo um número a mais.

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Na mesma data anotada no suposto prontuário publicado por Marçal, 19 de janeiro de 2021, o candidato do PSOL fez uma live pela manhã, tratando sobre a importação de vacinas durante a pandemia de Covid-19. No dia seguinte a isso, esteve em uma ação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), na favela do Vietnã, zona sul de São Paulo, registrada em postagem em suas redes sociais.

Após a publicação do documento por Marçal, Boulos fez uma postagem mostrando uma série de fotos e vídeos do candidato do PRTB junto ao dono da clínica Mais Consulta, o biomédico Luiz Teixeira da Silva Junior.

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