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SÃO PAULO – O empresário Walter Torre Júnior, presidente da empreiteira WTorre – dona do Allianz Parque, estádio do Palmeiras -, teve a sua condução coercitiva determinada pelo juiz federal Sérgio Moro nesta segunda-feira (4). A decisão faz parte da Operação Abismo, a 31ª fase da Lava Jato.
A construtora é acusada de receber propina de R$ 18 milhões para abandonar a licitação do Cenpes (Centro de Pesquisas da Petrobras). Segundo os investigadores, a WTorre, que não havia participado de ajustes, resolveu ingressar no certame e apresentou proposta de preço, de R$ 858.366.444,14, cerca de R$ 40 milhões inferior ao da proposta apresentada pelo Consórcio Novo Cenpes (de R$ 897.980.421,13).
Com isso, Léo Pinheiro, da OAS, acertou com Walter Torre o valor de R$ 18 milhões para ele desistir de obra no Cenpes. “As empresas que formavam o Consórcio Novo Cenpes ofereceram então vantagem indevida de R$ 18 milhões para que a WTorre não aceitasse reduzir seu preço junto à Petrobras, enquanto, concomitantemente, o Consórcio renegociaria e reduziria o preço para abaixo da proposta da WTorre”, assinalam os investigadores.
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“Alguma prova de corroboração da fraude na licitação e pagamento de propina a WTorre pode ser encontrada já nas circunstâncias da licitação e da contratação. Em especial, chamam a atenção especificamente atas de duas reuniões havidas na Petrobras, em 14 de setembro de 2007 e em 19 de setembro de 2007, acerca da negociação do contrato para a obra do Cenpes”, afirma Moro no despacho.
Em nota oficial, o Grupo WTorre disse que a empresa não teve participação na obra de expansão do Centro de Pesquisas da Petrobras; que não recebeu ou pagou a agente público ou privado nenhum valor referente a esta ou a qualquer outra obra pública. O Grupo WTorre forneceu a documentação referente ao orçamento desta licitação que ainda se encontrava na empresa e segue à disposição das autoridades.