Dívida do Brasil na ONU chega a valor inédito de R$ 1,4 bi e é a 2ª maior do mundo

Rombo bilionário ocorre às vésperas da participação de Temer na Assembleia Geral da Organização, revela o jornal O Estado de S. Paulo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A dívida do Brasil com a ONU (Organização das Nações Unidas) chegou a um valor inédito de US$ 424,9 milhões – R$ 1,4 bilhão – às vésperas da ida de Michel Temer para a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Temer discursará na abertura do evento.

A previsão é de que ele desembarque nos Estados Unidos no próximo domingo (18) e já participe na segunda-feira (19) de uma reunião sobre migrantes e refugiados convocada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. 

Os dados sobre a dívida fazem parte do balanço financeiro da entidade, que foi obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo. A dívida brasileira é a segunda maior do mundo, sendo superada apenas pelos EUA. 

Em abril, o Estadão revelou que a dívida brasileira era de US$ 380 milhões. Ao assumir seu cargo de ministro das Relações Exterior em maio, José Serra indicou que iria trabalhar para pagar as dívidas e solucionar as pendências do Itamaraty com seus funcionários no exterior, muitos com pagamentos atrasados. Contudo, os pagamentos não foram feitos de forma suficiente e as contas voltaram a se acumular, especialmente no que se refere ao financiamento de operações de paz. Mais de cem dos 193 países membros da ONU pagaram suas contas para o ano – mas o Brasil não faz parte desta lista.

Vale destacar que a visita de Temer ainda ocorre no mesmo momento em que o Brasil lança uma campanha internacional para voltar a fazer parte do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Em Genebra, a secretária de Direitos Humanos do governo Temer, Flávia Piovesan, declarou que o Brasil quer “ter protagonismo” nesse setor. A dívida com a ONU acaba se refletindo em derrota nas eleições para cargos, além de ter o nome excluído no comando de missões. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.